O "turismo da maconha"

Foto: Matias Maxx/Agência Pública)

Do i44 News

Enquanto turistas e negociantes cruzam a Ponte da Amizade atrás de ofertas de eletrônicos, roupas, bebidas e outros produtos, mais ao norte, na fronteira entre Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, e Pedro Juan Caballero, no Paraguai, o clima não é tão amigo. Há turistas, sacoleiros e estudantes de medicina, mas também há narcotraficantes que de lá despacham cocaína boliviana e a maconha paraguaia para todo o país.

Só nos seis primeiros meses deste ano, a Polícia Federal apreendeu mais de 126 toneladas de maconha, a maior parte oriunda do Paraguai. Trata-se do “prensado paraguaio”, que chega ao país em blocos rígidos de 1 kg e, no varejo, são fracionados em pedaços menores. É a maconha

que está na boca dos brasileiros: segundo estudo do IBGE, 4,1% dos alunos do 9º ano fazem uso da erva. Oito milhões de brasileiros, 7% da população adulta, já experimentaram maconha alguma vez na vida, segundo o II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas da Universidade Federal de São Paulo. Usuários frequentes equivalem a 3% da população adulta do país, ou 3 milhões de pessoas.

Iniciada na década de 1960 no distrito de Amambay, fronteiriço ao Brasil, a área de cultivo de cannabis no Paraguai vem se expandindo para o norte e centro do país. O governo paraguaio estima que hoje tais cultivos ocupam de 6 a 7 mil hectares. Segundo dados da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad), 80% da produção de cannabis paraguaia é contrabandeada para o Brasil. Mas, diferentemente de outros países produtores, como o Marrocos e a Colômbia, onde o cultivo – não o comércio – é permitido, a maconha paraguaia é ilegal e de péssima qualidade. (leia mais)

 

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