Por Mário César Carvalho
Ontem estava uma tarde quente e eu não sei porque resolvi olhar para você. Fazia tempo que eu não olhava. Volta e meia atravessava por você, ou passava nas ruas à sua volta, mas, apressado com a vida, confesso que nem te reparava.
Senti uma leve brisa no rosto e olhei para cima e vi que ela balançava as folhas mais altas das tuas árvores. No contraste do teu verde com o azul do céu percebi que você já não é mais o mesmo. Sim, ainda mantém a sua beleza, mas já não tem mais a mesma exuberância. A cobertura da sua copa, assim como no chão onde estão tuas raízes, tudo está ficando ralo. Bom, também, desde que nasceu, em 1930, você convive com uma cidade que não para, que não descansa e que segue em frente como um trem que puxa a carga do desenvolvimento com a força de seu povo. (mais…)