Os disparos de mensagens pelo WhatsApp e a guerra política
Da Veja
Febre quatro anos atrás nas eleições de 2018, os disparos de mensagens para múltiplos usuários do WhatsApp já assombram o pleito deste ano, mesmo a cinco meses da votação e após terem sido proibidos pela Justiça Eleitoral em 2019. Usuários da plataforma no Paraná receberam, na última sexta, mensagens de remetentes desconhecidos sobre a campanha para o governo do estado, todas iguais e com foco na pré-candidatura de Cesar Silvestri, do PSDB.
Os envios foram feitos por dois números do Rio de Janeiro e de São Paulo que estão cadastrados na ferramenta WhatsApp Business, voltada para empresas e estabelecimentos comerciais. As contas utilizam a bandeira paranaense como imagem de exibição e entram em ação em pelo menos três momentos da tarde de sexta (às 17h, 17h16m e 17h17m), mesmo dia em que partidos passaram a veicular propagandas institucionais na TV e no rádio.
A mensagem distribuída virtualmente afirma que “a campanha nem começou, mas muita coisa vai mudar” e convida os usuários a assistirem a um vídeo de 30 segundos também enviado pelo PSDB às emissoras locais. A peça publicitária mostra o governador Ratinho Júnior (PSD) e Roberto Requião (PT), seu principal opositor, seguidos de Silvestri, que foi deputado estadual e prefeito de Guarapuava (PR). O tucano é retratado como uma terceira via alternativa à dupla.
Procurado, Silvestri afirmou que desconhece os envios e negou qualquer responsabilidade por eles. Depois de ter publicado uma resolução em dezembro de 2019 proibindo a prática, o TSE reforçou o veto no ano passado, ao absolver a chapa Bolsonaro-Mourão de acusações neste sentido.
O WhatsApp informou que baniu as duas contas, assim como outras reportadas por usuários devido a comportamento similar. A empresa também declarou que lançará em conjunto com o TSE uma plataforma para que se possa reportar especificamente os disparos em massa em período eleitoral.