Bolsonaro e o bode (Fundão Eleitoral) na sala

Bolsonaro e o filho senador que ajudou a aprovar o Fundão de quase 6 Bilhões – Reuters

A valentia do presidente Jair Bolsonaro parece se resumir às falas para o seu público que fica no cercadinho em frente ao Palácio do Planalto.

Quando tem que falar com o Centrão, a voz fica mais fina, baixa, quase um murmúrio.

Há alguns dias o Congresso aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias, e nela embutido o pornográfico aumento do Fundo Eleitoral, o famoso Fundão criado para financiar as campanhas eleitorais.  Aliás, aprovado com o voto dos filhos do presidente e de boa parte de sua base aliada. De 2 bilhões o Fundão foi para quase 6 bilhões. Dinheiro de impostos pagos pelo povo brasileiro.

Bolsonaro, pressionado pela reação popular ao escândalo, disse com todas as letras que iria vetar. Falou grosso quando se dirigiu ao cercadinho.

Mas. Parlamentares do Centrão não frequentam o cercadinho. Pressionado pelo Centrão, Bolsonaro agora diz que vai tirar R$ 2 bilhões do que foi aprovado. Ou seja, pelas contas do presidente, dobrar o Fundo eleitoral, passando de R$ 2 bilhões para R$ 4 bilhões é aceitável.

É a famosa estratégia do bode na sala. Todo mundo reclama do bode (os seis bilhões), quando se reduz um pouco o problema causado pelo bode, as pessoas tendem a aceitar o menos mal.

É Bolsonaro sendo Bolsonaro com a complacência de muitos.

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Um comentário

  1. Capo di tutti capi

    Bode ou seria um Leitão Vesgo?

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