Bolsonaro x Haddad, mais uma decisão entre Coritiba e Bangu

Dias atrás li no twitter que a campanha eleitoral para a presidência este ano parece aquela final do Brasileirão de 1985 no Maracanã entre os inesperados Bangu e Coritiba. Ninguém sabe como eles chegaram lá, mas fizeram a final.

Com alguma diferença, os dois candidatos à presidência da República, Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, repetem essa disputa.

Há um ano ninguém sequer imaginaria uma decisão dessas.

Motivos não faltam.

Jair Bolsonaro sempre foi um político do baixo clero, daqueles que pouca gente ou ninguém presta atenção. Em 30 anos de vida parlamentar não há registro de qualquer ação que ele realmente liderou ou provocou alguma mudança positiva para o seu estado, o Rio de Janeiro, ou o Pais. Sempre resvalou na mediocridade. Seu único discurso que a maioria lembra – além das polêmicas sobre homofobia, defesa escancarada da ditadura, e outras posições extremadas – é a defesa incondicional da liberação das armas, como se isso fosse resolver o problema do Brasil.

Fernando Haddad, ex-ministro de Lula, foi prefeito de São Paulo, eleito com a força da poderosa máquina petista de então, mas nem isso conseguiu mantê-lo no cargo já que perdeu a reeleição no primeiro turno para o pirotécnico João Dória. Não foi considerado um bom prefeito da maior cidade do País. Já antes da campanha iniciar, passava a maior parte do seu tempo visitando o presidiário Luiz Inácio Lula da Silva, o comandante em chefe da maior roubalheira que um partido conseguiu realizar no Brasil.

Militantes de Bolsonaro acusam eleitores de Haddad/Lula de Comunismo – a maioria, com certeza, não entende o que é o comunismo. Militantes de Haddad/Lula acusam eleitores de Bolsonaro de facismo – também pouca gente sabe realmente o que é o facismo.

Pois bem.

Numa eleição marcada pela liberdade de acusações verdadeiras e mentirosas, percebe-se que a grande maioria da população, mesmo com todas as facilidades que a tecnologia nos proporciona para conhecer realmente os candidatos, não se preocupou em estudar os que estão na disputa. É muito provável que se os eleitores tivessem feito o dever de casa, procurando conhecer minimamente a história, as opiniões e posturas de cada um dos que iniciaram a campanha eleitoral, a final não seria esta.

O eleitor brasileiro ainda tem dificuldade em entender que a responsabilidade de eleger é dele. O eleitor imagina que ao clicar a tecla verde na urna a responsabilidade dele termina. E não é isso. O eleitor é responsável por quem ele elege e pelas consequências que isto trará para o País.

O que se percebe é que mais uma vez o eleitor se deixou levar pelas torcidas organizadas de um lado e de outro. Sem cobrar qualquer aprofundamento no debate de ideias, de conceitos e propostas.

E é nesta situação que o eleitor brasileiro chega neste domingo. Vai ter que escolher entre os dois “Coisos”.

É mais uma final de campeonato entre o Coritiba e o Bangu.

Só pra refrescar a memória, em 1985, o Coxa foi o vencedor.

Oremos!

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3 Comments

  1. Dick

    Por que o Coritiba e o Bangu não podem também fazer uma final de campeonato? E quem disse que o PT não tinha a menor chance de estar no segundo turno das eleições deste ano? É bem verdade que os adversários contaram com uma bela ajuda externa mas o PT está aí. Na verdade, o que deveria preocupar quem quer que o campeonato continue é que, dependendo do campeão deste ano, o próximo campeonato nem exista. Afinal o time com mais chances, segundo as pesquisas, de levar a taça já disse que vai varrer do mapa seus adversários, vai mandá-los pra fora do país ou pra cadeia. Enquanto alguns ficam no mimimi porque seus times não estão na final, existe gente querendo acabar com o campeonato ou só deixar os times mais fracos pra fazer de conta que existe campeonato.

  2. Beto

    O Bolsonaro representa a indignação da
    População com a política brasileira, que os
    Políticos recusaram a ouvir. Representa o ruptura com tudo o que vinha sendo feito. Por isso que aproximadamente 60% da polulação vota nele, independente de suas qualidades ou falta de qualidades. Tomara que os políticos comecem a entender isto.

    1. Décio Paulino

      Bolsonaro deveria ganhar o título de Mágico do Ano. Convencer milhões de eleitores que ele se constitui no melhor exemplo da renovação na política brasileira nem Mr. M consegue explicar. Não o Bolsonaro e família, gente que nunca fabricou um prego, assentou um tijolo mas ficou milionário na política, inclusive com acusações de sonegação fiscal. Aliás, que diferença há entre sonegação fiscal e corrupção? Nenhuma. É tudo roubo de dinheiro público.

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