Defesa de Bolsonaro não apresenta provas de fraude em urnas

Jair Bolsonaro, só na garganta. Sem provas

Do Estadão

Cobrado a se explicar sobre os ataques dirigidos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao sistema eletrônico de votação, o governo federal não apresentou ao STF (Supremo Tribunal Federal) provas de fraudes nas eleições de 2014 e 2018.

Os documentos enviados ao STF foram elaborados pela AGU (Advocacia Geral da União), que defende judicialmente os interesses do Planalto, e pela Secretaria-Geral da Presidência da República a pedido do ministro Gilmar Mendes.

Ele havia dado 10 dias para que o governo se manifestasse em um mandado de segurança movido pela Rede Sustentabilidade para multar Bolsonaro em R$ 100 mil caso ele não apresente provas das suspeitas levantadas sobre o sistema eletrônico de votação. O partido acusa o presidente de tentar descredibilizar as urnas antevendo uma possível derrota nas eleições do ano que vem.

Em 19 páginas, o governo se limita a argumentos de ordem técnica: diz que a Rede não tem legitimidade para propor a ação e que o partido não apontou concretamente as normas jurídicas que teriam sido violadas pelo presidente.

“A ‘prova’ do impetrante se dá por retórica de cunho político e a partir de ilações obtidas junto à mídia, sem, portanto, qualquer suporte documental efetivo”, escreve a Secretaria-Geral da Presidência.

A AGU diz ainda que o mandado de segurança tem alcance restrito justamente para evitar, entre outros, a sua instrumentalização por partidos políticos. “Transformando-se em indesejável veículo de judicialização excessiva de questões governamentais e parlamentares”, diz a manifestação.

Em outro trecho, a Secretaria-Geral da Presidência diz que não há irregularidade na ‘mera possibilidade de levantar discussões sobre os aspectos que permeiam o sufrágio eleitoral’.

“Não resta qualquer dúvida que o tema de fundo é bastante atual e está longe de ser pacífico, tendo até mesmo a Justiça Eleitoral acenado para a importância e a necessidade de voto impresso e auditável, em clara e evidente busca pelo aperfeiçoamento do pleito eleitoral, de modo a diminuir, o tanto quanto possível, eventuais fraudes que o sistema eletrônico de votação possa conter e, bem assim, poder transmitir maior fiabilidade aos eleitores”, segue a pasta.

A pouco mais de um ano das eleições, informações falsas sobre as urnas, ataques ao sistema eletrônico de votação, defesa do comprovante impresso do voto e ameaças ao pleito de 2022 ganharam força nas redes bolsonaristas capitaneadas por Bolsonaro.

O debate acabou abrindo uma crise entre Executivo e Judiciário, depois que o Tribunal Superior Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal abriram investigações sobre as declarações do presidente.

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2 Comments

  1. Satanás

    Nem a “consulta” feita por uma trupe de bolsonaristas sob o comando de deputado londrinense com um estelionatário preso ajudou muito. Quá! Quá! Quá! O presidiário a quem os bolsonaristas deram tanto crédito não passa de um hacker chinfrim, um capiau garganta que diz que faz e acontece mas é só conversa afiada. Fosse o Brasil um país sério, esse deputado já estaria respondendo inquérito por falta de decoro parlamentar. Em qual país do mundo, a não sair onde existe uma república de bananas, um parlamentar vai pedir orientação a um presidiário de quinta categoria?

  2. Rafael Levi

    Alguém pode aí me dizer quantos neurônios esse Bolsonaro aí tem? Ou quantos neurônios ele acha que cada brasileiro tem? Além de falar baboseiras o tempo todo e ficar organizando motociatas com uns velhotes punheteiros, agora a coisa ficou séria: Bolsonaro resolveu dar o calote dos precatórios! São bilhões devidos pelo governo federal que ele decidiu não pagar. Bem feito para os credores desses precatórios que votaram nele.

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