Desentendimento político interrompe reforma tributária, diz Guedes

Marcos Correa/Ag Brasil

Um desentendimento político impede a tramitação da reforma tributária no Congresso, disse hoje (3) o ministro da Economia, Paulo Guedes. Em evento promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), ele disse estar confiante no fechamento de um acordo para a aprovação da proposta.

“Acho que vamos fazer um acordo rapidamente. Isso pode ser retomado, ou agora ou então depois, mas a verdade é que vamos fazer essa reforma”, assegurou o ministro em conferência virtual com os empresários da construção.

Sobre o impacto da reforma tributária na receita dos estados e os municípios, Guedes disse não acreditar que a aprovação trará perda para os governos locais. Segundo ele, a recuperação da economia brasileira da fase mais aguda da pandemia de covid-19 permitirá que a arrecadação dos entes locais aumente.

Importações

Guedes disse que o governo está atento ao fornecimento de insumos para a indústria e que pode reduzir temporariamente tarifas de importação para evitar desabastecimento em alguns setores, caso haja falta de matérias-primas. A medida seguiria o modelo da redução das tarifas de importação de até 400 mil toneladas de arroz, válida até o fim do ano.

“Nós estamos atentos à essa possibilidade. Estamos dando um tempo. A indústria não vai parar por causa do desabastecimento. Estamos esperando o alto-forno funcionar, o aço chegar, a embalagem chegar”, comentou.

Na avaliação do ministro, os problemas de abastecimento são temporários. Ele ressaltou que eventuais dificuldades na obtenção de insumos pela indústria têm um lado bom, podendo ser encaradas como sinal de recuperação da economia.

“É melhor você estar com o problema de que a demanda está forte, e você está procurando insumo, do que o contrário, que é a sobra de estoques ao longo de toda a cadeia produtiva, em vez de você estar com encomendas e querendo atender”, declarou.

Reabertura

Segundo Guedes, o governo está disposto a acelerar a abertura comercial do país, reduzindo tarifas sobre importações, se isso demorar muito a começar. Para ele, a independência do Banco Central ajudaria a controlar a inflação numa eventual enxurrada de produtos importados. Nesse cenário, a autoridade monetária aumentaria os juros caso constasse excesso de consumo de produtos estrangeiros.

No início do mandato, Guedes tinha declarado que promoveria a abertura comercial gradualmente, após a aprovação de reformas que reduzam a tributação sobre a folha de pagamento. Em troca, a equipe econômica pretende criar uma contribuição sobre transações digitais, mas a proposta, anunciada em audiências públicas, ainda não foi enviada ao Congresso.

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Um comentário

  1. Somos Todos Cunha

    Um ministro medíocre falando obviedades. Nenhuma ideia nova, nenhuma proposta realmente inovadora. Qualquer aluno de segundo grau medianamente informado sobre economia diria as mesmas coisas que esse ministro que é a cara do ministério do Bolsonaro. Qualquer merreca de reforma tributária vai provocar desentendimentos políticos. Como qualquer medida na área tributária vai provocar a felicidade de alguns e a desgraça de outros. Reforma tributária envolve interesses de todos os setores que compõem a sociedade brasileira: ricos, pobres (pelo menos estes não falam nada porque em qualquer reforma tributário de um “chicago boy” vai ferrá-los), classe média, estados, municípios, regiões, religiões… Esse ministro não tem uma única ideia que possa gerar riqueza para o país. Ele só fala em vender… vender,,, vender… Sorte desse ministro que ele é um dos poucos ministros do bolsonaro que ainda ganha espaço na Globo, ele faz algum sucesso na GloboNews.

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