E como está o enrosco da duplicação da PR 445 entre Mauá e o distrito de Lerroville?
Embora o governo do Paraná tenha concluído a licitação para duplicação da PR-445 no trecho de Mauá a Lerroville, inclusive com um evento em dezembro do ano passado, a obra ainda não saiu do papel. Quase seis meses depois nada da obra começar.
O enrosco está em um impasse entre DER e Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que parece não ter fim. O Iphan exigiu estudos para medir o impacto da obras no patrimônio arqueológico ao longo da rodovia. Há pelo menos três sítios arqueológicos identificados nas proximidades da PR-445, em Tamarana. Um deles fica a oito metros da rodovia. Os outros dois, mais distantes.
Uma empresa fez os estudos e o Relatório de Impacto que foram enviados ao Iphan na semana passada. A expectativa era da anuência do Iphan e a tão sonhada licença ambiental para início das obras. Mas o Setor de Arqueologia do Iphan solicitou manifestação do Centro Nacional de Arqueologia sobre o Relatório.
De acordo com o relatório, para o sitio Tamarana 1, mais perto da rodovia, a empresa fez vistoria do subsolo com sondagens (poços-teste). Foi definido o perímetro do sítio e confirmado que se trata de um sítio de superfície, com grau de conservação menor que 25%. Optou-se pelo salvamento emergencial com a coleta controlada da superfície. Foram coletados 24 artefatos líticos (ferramentas pré-históricas de pedra).
O Iphan alegou que os estudos não são suficientes e quer mais informações sobre o que existe no sitio 1 e estudos sobre o sitio 2, mais distante da rodovia.
Ou seja, até o momento, ainda é esperada a manifestação do Centro Nacional de Arqueologia, mas a coisa não parece que vai andar.
”Eu não consigo compreender porque uma obra de ampliação, em cima de uma rodovia que já existe há décadas, precisa de um estudo para analisar as impactações. Estamos falando de uma rodovia que está pronta há muito tempo, de uma das principais obras e investimentos pra nossa região que, além de gerar desenvolvimento, vai salvar vidas. A gente sabe que o traçado é perigoso e precisa ser melhorado e a cada dia que passa corremos o risco de mais pessoas perderem suas vidas nessa rodovia, mesmo com o recurso garantido e o processo de licitação concluído”, disse o deputado estadual Tiago Amaral, um dos que estão na batalha para resolver de vez este problema da duplicação.
OBRA
A licitação para a obra foi concluída em novembro, e o investimento pelo Governo do Estado será de R$ 148 milhões. Pelo contrato, o vencedor da licitação – o consórcio DT PR 445, composto pelas empresas DP Barros Pavimentação e Construção Ltda e Tríade Pavimentações S/A – tem um prazo de 18 meses para concluir a obra. Mas, o prazo de execução da obra é contado a partir do momento do início dos trabalhos, o que acontecerá após resolvida a situação atual com o Iphan, segundo o DER.
A obra prevê a duplicação em uma extensão de 27,07 quilômetros da PR-445, e também engloba a implantação de um viaduto no acesso ao município de Tamarana, vias marginais entre Tamarana e Lerroville, uma rótula no acesso para Lerroville, pontes sobre os rios Santa Cruz e Apucaraninha, onze retornos em nível, a correção da geometria em sete curvas consideradas críticas, e restauração da pista existente.
A duplicação da PR-445 é uma reivindicação histórica da região, pela sua importância – a ligação da segunda maior cidade do estado até Curitiba e ao Porto de Paranaguá – e pela segurança de quem transita por ela. A PR-445 tem alto número de acidentes e muitas vidas perdidas.