Em muitos destes momentos, eu estive lá: Londrina Esporte Clube 66 anos

(Foto: Matheus Meneses/ Londrina EC)

Faz tempo, aliás muito tempo.

Lá na Vila Recreio e imediações pipocavam campos de futebol. Num raio de um quilometro e pouco tinha o campo do Avante, ao lado da escola municipal onde estudei. Mais para cima seguindo pela rua Tietê havia outro, tinha também o do Jardim Paulista e ainda o da Gevasco.

E entre as peladas de rua e dos campinhos, como o que construímos na esquina das ruas Bahia e Taquari, a molecada, com enxadas capinando duas datas que virariam o nosso estádio, foi se apaixonando pelo futebol, e pelo Londrina.

Metido a peladeiro, mas sem qualquer talento para mais do que isso, treinei e joguei no time do Londrina do mirim, dente de leite e infantil.

Mas vestir aquela camisa branca, com o escudo do Londrina, ainda feita com aqueles panos que quando chovia encharcava e pesava pra danar, era uma delícia, um privilégio. Jogavamos no Marianinho, no Jardim do Sol, no campo dos Três Marcos… faziamos vaquinha pra pagar o busão.

O treinador, o Véio João, intuitivo, conseguiu mandar vários moleques para o time profissional.

Não eu, óbvio. Mas sem qualquer frustração.

Tinha consciência que o meu talento não era no gramado.

E essa paixão só cresceu.

Pelas mãos dos vizinhos, Agostinho Garrote e o irmão dele, o Antonio, íamos ao VGD, aplaudir Neneca e gritar “Fora Zé Miguel”. Nós três também estavamos na inauguração do Estádio do Café, espremidos entre os mais de 50 mil torcedores que compareceram aquele dia inesquecível.

Agostinho se tornou pequeno empresário e um dos mais queridos presidentes do Londrina Esporte Clube. Ele dizia; Enquanto eu estiver vivo o Londrina não morre”.

E realmente, enquanto esteve vivo, manteve a palavra. Foi ele que, quando ninguém mais queria, assumiu a presidência do LEC quando o time estava falido e manteve o time funcionando dando início à recuperação do time que ressurgiu quase que das cinzas.

Era amado pela torcida. Chamava os torcedores para pintarem o VGD, e a torcida respondia pois sabia que ele seria o primeiro a chegar com as latas de tinta e os pincéis para trabalhar.

Fazia campanha de arrecadação, e os torcedores colaboravam.

E entre sucessos e derrotas, periodos de glória e de terra arrasada o Londrina chegou aos seus 66 anos.

Tive a sorte de estar presente em vários dos títulos. Algumas vezes como torcedor, outras como repórter.

Já escrevi textos elogiando, já escrevi textos criticando.

Mas digo sempre de coração que o Londrina é o único time que consegue, ainda, me fazer sofrer.

Feliz 66 anos glorioso Tubarão.

 

 

 

 

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