
No entanto, mesmo após a saída dele, e a nomeação de Gabriel Galipolo, como novo presidente da autoridade monetária, nada mudou.
Ontem, em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) subiu a meta para a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual, a 14,25% ao ano, e sinalizou um aperto de menor magnitude na próxima reunião, que acontecerá em maio.
Nos últimos meses, a taxa Selic tem registrado sucessivos aumentos, refletindo a estratégia do Banco Central para conter a inflação persistente. Mesmo com a mudança no comando da instituição, a política monetária segue rigorosa, priorizando a estabilidade econômica em meio a um cenário global desafiador e pressões inflacionárias internas.
A taxa Selic, principal instrumento da política monetária, influencia diretamente o custo do crédito e o rendimento das aplicações financeiras. Seu aumento impacta tanto consumidores quanto empresas, elevando os juros de empréstimos e financiamentos, o que desestimula o consumo e os investimentos. Como consequência, a atividade econômica tende a desacelerar, contribuindo para a redução da inflação ao longo do tempo.
Apesar da transição na presidência do Banco Central, a condução da política monetária não sofreu grandes alterações. A nova gestão mantém o compromisso com o regime de metas de inflação, sinalizando que os ajustes na Selic continuarão conforme necessário para conter os preços. Esse movimento reforça a autonomia da instituição e demonstra que decisões técnicas prevalecem sobre possíveis pressões políticas.
No mercado financeiro, a elevação da Selic tem efeitos variados. Enquanto investidores em renda fixa são beneficiados com retornos mais atrativos, o setor produtivo enfrenta desafios adicionais devido ao encarecimento do crédito. Além disso, a alta dos juros pode atrair capital estrangeiro em busca de rendimentos mais elevados, fortalecendo a moeda nacional, mas também impactando a competitividade das exportações.
A continuidade da alta da Selic sugere que o Banco Central mantém a postura vigilante diante dos riscos inflacionários. No entanto, o desafio reside em equilibrar a necessidade de controle da inflação sem prejudicar excessivamente o crescimento econômico. O futuro da taxa dependerá da evolução dos indicadores econômicos e das expectativas do mercado, em um contexto de incertezas globais e desafios fiscais internos.















3 comentários
Glaucia
O duro é que não dá para responsabilizar Governo nenhum, porque o BC tem total autonomia, que o próprio Congresso Nacional atribuiu através de lei.
Wendel
Dá pra culpar sim, porque os membros do COPOM não votam conforme seu humor, mas conforme a necessidade. Risco de aumento de inflação indica necessidade de aumento da selic. Se o governo de turno fizesse sua parte e reduzisse gastos, a taxa poderia ser derrubada
Brendon
imagina, claro que a culpa disso ainda é do Guedes, Bolsonaro, ou do demoníaco do Campos Neto kkk. Ou algum reflexo retardado da pandemia. Certeza que não tem relação alguma com a postura do governo de gastar e endividar o país como nunca. Se o Galípolo aceitar pressão e baixar os juros sem um cenário condizente o nome dele vai pro lixo, já aconteceu antes? sim. Por enquanto ele não esta aceitando pressão de gente que não sabe o caminhão que caiu.