"As cidades e seus cúmplices", de Nilson Monteiro
E na segunda-feira o jornalista e escritor Nilson Monteiro lança seu novo livro em Londrina: As cidades e seus cúmplices. Será na Central da construtora Plaenge, na Avenida Madre Leonia Milito.
Nascido em Presidente Bernardes, Nilson Monteiro veio ainda adolescente para Londrina, depois a vida o levou para Curitiba, a capital de todos os curitibanos.
Ao apresentar o livro, o professor e escritor Marco Cremasco fala sobre a percepção que teve ao ler a obra e sobre a paixão de Monteiro por esta terra vermelha.:
E, agora, sobre Londrina: “Uma coisa é certa, “As cidades e seus cúmplices” é uma torrente de paixões. Desde o carinho por sua memória em Presidente Bernardes, as paixões. Londrina destaca-se e a ela são dedicados diversos textos. Como no já mencionado Memorial, Nilson nos conta que chegou à cidade adolescente e se apaixonou perdidamente por aquela bela balzaquiana. Na rua Icós 173, quase esquina com a Duque de Caxias, viveu tempos difíceis, contudo inesquecíveis: o quintal de barro, o córrego e um bando de moleques jogando bola e fazendo história. “Nas esquinas roxas” em que se encontra o boteco do João Japonês, Nilson revela sua adolescência em que vendia garrafas, testemunhava rusgas de malacos e contava vantagens. Nas noites londrinenses, o seu bando seguia pra zona “só sarro, espiar, pular o muro, mexer com as mulheres, prometer sacanagem”. Ao longo da leitura, é impossível ficar impassível diante do apelo – “Não mexam na Vila Casoni. Em suas artérias magriças, há ainda casas feitas de peroba…, pecados tatuados nas paredes, botecos sujinhos, armazéns defasados, igrejas descoradas e muros encardidos de terra”. Quem lê “dá vontade de encher a cara de rabo-de-galo, encaçapar a bola sete sem tirar o taco da mesa e ficar com uma lágrima pregada no olho: onde foi parar a minha cidade? Deixem a Vila Casoni em paz”. Nilson nos enrosca no rolo de um filme da memória para resgatar a importância do Cine Teatro Ouro Verde. Ainda em sua Londrina, o escritor veste asas para alcançar o 11º andar do Edifício Bosque. De lá observa a cidade se esparramando em suas bordas, o bosque, sufocado, em síndrome de pânico. Vê a cidade e molha a alma nas águas poéticas do Igapó. Londrina, roxa e visguenta, está nas veias do cronista. E pergunto: qual é o poeta que não tem o seu Cântico dos Cânticos? Nilson tem o dele: a crônica “Perdidos na névoa”. Nesse poema, sim poema, pois o nome da amada mesmo não sendo revelado, nos provoca “molhadinha, em meio à neblina, você deu chances para o descobrimento, para sonhos. Os faróis vazaram tua manhã.” Ah, Londrina, sua danada. Ainda que ame todas as cidades em que morou; ainda que resida em outra cidade, Nilson vive “a cada santo dia, em terras londrinenses, em qualquer lugar do mundo onde esteja”. “Esta é Londrina, onde malandro não dá rasteira em sapo. Onde a amizade ainda é um exercício de carinho.”
Serviço
“As cidades e seus cúmplices”
Editado pela Banquinho Publicações
Preço: R$ 30,00
Lançamento: 24 de setembro de 2018, às 19 horas
Central da Plaenge
Av. Madre Leonia Milito, 1.700
Gleba Palhano
Londrina PR
Gente, esse rapaz aí foi (ou ainda é?) assessor do governador Beto Richa. Será que ele tem assunto para escrever um livro chamado “O governo e seus cúmplices”? Também poderia ser “O governador e seus amigos traíras”… Se ele tem mais espírito de jornalista do que de assessor, ele deve ter histórias bem quentes pra nos contar… Quá! Quá! Quá!
E agora Nilson,vai torcer para o Marcelo Richa ser deputado e continuar escrevendo seus textos?Ou vai começar escrever a segunda parte da “guerrra dos tronos”.
De vez em qdo temos boas notícias e orgulho destes filhos talentosos de Londrina. Um abraço fraterno Nilson