Casa de Delfim Neto é alvo de mandado de busca e apreensão.

Da Veja

Polícia Federal cumpre, nesta sexta-feira, buscas na casa do ex-ministro e ex-deputado Antonio Delfim Netto. A 49ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Buona Fortuna, investiga irregularidades na licitação e construção da Usina de Belo Monte, no Pará.

De acordo com as investigações, o consórcio Norte Energia, responsável pela obra, teria acertado uma propina de 1% do valor total do contrato, cerca de 150 milhões de reais. A parte estimada para o ex-ministro é de 10% desse total, 15 milhões de reais. Investigações já rastrearam, até o momento, o pagamento de 4 milhões de reais a empresas ligadas a Delfim Netto, por meio de contratos fictícios de consultoria.

Os outros 90% da propina paga teria sido dividido igualmente entre agentes políticos do PT e do MDB. A Operação Buona Fortuna inclui apenas os envolvidos sem direito a foro privilegiado e foi determinada pelo juiz federal Sergio Moro. Os demais citados nas apurações serão investigados em inquérito separado, no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao todo, são cumpridos nove mandados de busca e apreensão: quatro no Paraná, três na capital paulista, um em Jundiaí e outro no Guarujá, no estado de São Paulo. O consórcio construtor de Belo Monte é formado pelas empreiteiras Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS e J.Malucelli.

O caso foi revelado ao Ministério Público Federal (MPF) durante as negociações de acordo de leniência firmados pela Camargo Corrêa e pela Andrade Gutierrez. Procurado por VEJA, o advogado Ricardo Tosto, que representa o ex-ministro Delfim Netto, não retornou os contatos até a publicação desta nota.

Em delação premiada, os executivos da Odebrecht também já haviam narrado pagamentos ao ex-ministro, identificado nas planilhas da empreiteira como “Professor”. Ele admitiu ter recebido 240.000 reais em espécie da empreiteira. Em depoimento à Polícia Federal, no âmbito da Lava Jato, disse que o valor estava relacionado a serviços de consultoria que efetivamente prestou à empresa e que o recebimento em dinheiro viva era “por pura conveniência”.

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2 Comments

  1. Redi Silva

    Dizem as más-línguas que essa denúncia mostra a decadência do “Professor”. Nos tempos da ditadura militar, o forte ministro Delfim Neto, dizem, recebia propinas bem mais robustas. Aliás, se for verdade o que afirma a lava jato, a propina do Delfim Neto perde longe para os R$ 53 milhões atribuídos ao senador José Serra e está ainda mais distante dos R$ 116 milhões do Paulo Preto descobertos na Suíça.

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