Cobrador no busão
E amanhã a Câmara de Londrina discute a revogação do artigo da lei que não exige que os ônibus de transporte coletivo tenham cobradores em todos os horários de circulação dos veículos..
Na justificativa, os autores argumentam que a ausência de cobrador prevista em acordo coletivo de trabalho causa transtornos aos usuários, enquanto o acúmulo de funções resulta em problemas de saúde para os motoristas.
Por outro lado, cada vez mais o transporte coletivo tradicional perde espaço para os aplicativos. Não só isso, pouquissimas pessoas pagam a passagem com dinheiro.
Traduzindo: mais funcionários, mais cara fica a tarifa, menos atrativo fica andar de busão.
Mas, enfim, em tempos de discussão de voto impresso, sempre dá para dar mais um passo para trás.
Terraplanistas não conseguem fraudar a urna eletronica, precisa ter papel para poderem trocar as cédulas. Já em Londrina essa trupe vai restaurar o curso de datilografia e o passe de ônibus em papel.
Esse debate é velho.
Já envolveu promotor público, sindicatos, prefeitura, mas a tecnologia venceu, como sempre, desempregando muitos cobradores de ônibus.
Uma parcela foi absorvida e virou motorista, mas quantos?
E os demais, para onde foram? Onde estão? Como estão sobrevivendo?
O transporte coletivo ainda é o principal meio de transporte do usuário, pois aplicativos não são baratos.
A preocupação principal, se fôssemos uma sociedade menos individualista, seria a de elaborar um plano para recolocar esses indivíduos no mercado de trabalho.
Mas, vivemos numa sociedade capitalista, cada que se vire.