Covid-19 em Londrina.

Por José Maschio

O prefeito não mente, falseia números!
Marcelo Belinati, prefeito de Londrina informou ontem (13/05) números sobre a ocupação de leitos em Londrina, nesta pandemia de covid-19. Estão hoje(14/05) na Mídia. Sem constatação ou análise crítica.


São números interessantes (para quem não quer o isolamento social). Senão vejamos. A taxa de ocupação é de 53% (49% de enfermarias e 70% nas UTIs). Isso para 1.395 leitos (1.128 de enfermarias e 208 UTIs).
Só que o prefeito coloca no mesmo balaio leitos SUS, de convênios e particulares. Aí é que a porca torce o rabo (em uma expressão bem caipira). Os leitos SUS estão todos LOTADOS (caixa alta de alerta).
No dia 12 (um dia antes de o prefeito falar os números) apuramos que no HE (Evangélico) e no HC (Hospital do Câncer) a taxa de ocupação era de 127% e 140%. A traduzir, mais internados que a capacidade de leitos. Isso leitos não covid-19.
A resumir: em uma administração séria, o alerta sobre o caos que se aproxima teria sido disparado. Mas não é isso que estamos a assistir. O triste é ver que a imprensa toda prefere repetir os números desse teatrinho patrocinado pela Acil. E não ir atrás dos fatos.

*José Maschio é jornalista

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7 Comments

  1. Ricardo Maruch

    Boa até que enfim um jornalista iluminado, parabéns, vou ler tudo que escreve….

  2. Douglas Freitas

    A minha pergunta é: anualmente, qual é taxa de ocupação dos leitos hospitalares??? Não é de hoje que a Saúde pública não só no Paraná, mas em todo Brasil, está na UTI. Mediante a está pandemia, aí é que a “porca torce o rabo” mesmo!

  3. joao

    Eu tenho questionado isso faz tempo. Como o prefeito e o secretário de saúde insistem em dizer que Londrina está preparada, se os leitos de UTI adulto já estão quase lotadas, mesmo sem tantos casos de covid19? O prefeito cedeu a pressão da ACIL e de outros poderosos que se acham donos da cidade, e afrouxou o isolamento, reabriu quase tudo, com a desculpa que medidas de segurança iriam ser tomadas pelos comerciantes, mas não é isso que se vê, o que se vê no comércio é gente aglomerada em todo canto. A cidade vai pagar um preço alto pelo ato do prefeito, vai faltar leito de UTI e muita gente vai ficar sem o atendimento necessário. Em São Paulo, quando a ocupação de leitos chegou em 80%, os governantes já previam o caos, e Londrina já está em 70% sem muitos casos de covid, imagina então quanto o covid se espalhar na cidade? De um dia para o outro triplicaram os casos suspeitos em Londrina. É uma tragédia aninciada.

  4. Satanás

    Mas o prefeito pode dormir tranquilo (se a consciência permitir, taoquei?): o amigo dele que se aboleta momentaneamente no Palácio do Planalto acabou de editar a Medida Provisória 966/2020, que alivia a responsabilidade de agentes públicos que cometerem até suspeitos (pra dizer pouco) durante a pandemia do coronavírus.

    1. Luciano

      A administração municipal tem o dever de vir a público e se posicionar sobre a denúncia. Órgãos de defesa dos direitos da população, o MP à frente, deveria exigir de imediato o acesso aos leitos privados pelos pacientes do SUS – a matéria fala que há mais pacientes internados do que leitos no sistema público, ou seja, a população mais pobre já estaria sofrendo com a superlotação de hospitais e nem chegamos ao pico da pandemia ainda. Mas o mais importante é recolocar na pauta da cidade a necessidade do isolamento social, que foi flexibilizado sem a adoção de medidas prévias incontornáveis, como o teste em massa da população.

  5. Tio Sam

    O problema é que estamos no meio de uma guerra enfrentando um inimigo invisível e seus aliados bem visíveis, aliás, um deles entronizado no mais alto cargo do governo federal. Buscar os fatos nos campos de batalha é coisa pra jornalista de guerra. Será que temos algum aqui em Londrina? É tarefa pra quem tem coragem de ir a campo minado, ou melhor, contaminado e fazer perguntas do tipo: – Qual é o nível de proteção de quem está na luta contra o corona virus neste hospital? Quantos neste hospital já se contaminaram com o vírus? Eram funcionários? Enfermeiros? Pacientes? Visitantes? Provavelmente esse jornalista vai descobrir fatos que os números, por omissão delituosa ou bagunça administrativa, não aparecem nesses relatórios oficiais que mais servem para campanha eleitoral disfarçada.

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