Da ACIL: Londrina não merece o lockdown

NOTA DA ACIL

Enquanto Londrina busca, aos poucos, se recuperar de um cenário de crise provocado pelo novo coronavírus, nos surpreende o pedido de lockdown, vindo na contramão de todos os esforços realizados desde o início da pandemia até aqui, período em que as entidades do setor produtivo e o Poder Executivo se organizaram para estruturar a cidade a fim de evitar um colapso na saúde e na economia.


Nestes últimos seis meses nos dedicamos a elaborar planos emergenciais para garantir o atendimento nos centros de saúde, especialmente àqueles relacionados à Covid-19; auxiliamos o Hospital Universitário a instrumentalizar seu laboratório para fazer testes para a Covid-19; distribuímos EPIs, máscaras e álcool gel a entidades e à população em geral; ajudamos a criar os protocolos para que o comércio, os serviços, a construção civil e a indústria londrinenses pudessem trabalhar com segurança, seguindo todas as recomendações da saúde; além de buscar meios econômicos para que o empresário pudesse sobreviver neste cenário tão desafiador.
Acompanhamos diariamente o cenário da Covid-19 em Londrina, ao mesmo tempo em que analisamos a situação em outros municípios e suas tomadas de decisões para o controle da doença, o que justifica alguns movimentos desta entidade. A ampliação do horário do comércio, por exemplo, feito de maneira responsável e organizada, tem se mostrado uma medida eficiente para evitar aglomerações de pessoas, já que com mais tempo de lojas abertas diminui a concentração de clientes em um mesmo espaço.
Ou seja, algumas cidades do Paraná têm o horário do comércio mais flexível do que Londrina, e apresentam, em alguns casos, taxas de ocupação de leitos até melhores do que o município. Podemos citar como exemplos Maringá, Cascavel, Arapongas e Campo Mourão.
Até a data de ontem, a taxa de ocupação de leitos na UTI adulto geral era de 70%, e 64% de ocupação na UTI exclusiva para a Covid-19. Sendo assim, o lockdown só se justificaria com uma taxa de ocupação mais alta, justamente para evitar o colapso do sistema. Não é o caso hoje em Londrina.
O boletim diário divulgado no portal da Prefeitura também aponta para um cenário mais otimista em relação ao início deste mesmo mês. Na noite desta terça-feira (22) eram 340 casos ativos, contra 855 no dia 7 de setembro.
Não temos ainda vacina contra a Covid. E também não podemos parar. Precisamos continuar nossos trabalhos, sempre com respeito ao próximo, cumprindo rigorosamente os protocolos de saúde.
Os números apresentados acima poderiam ser melhores, mas também estão longe de justificar uma medida tão drástica como um lockdown, ação que poderia ocasionar situações desastrosas como o fechamento irreversível de empresas que conseguiram sobreviver até aqui, mais demissões em massa e a falência generalizada da nossa economia.
Prezamos pela continuidade de um trabalho conjunto, porque acreditamos que o bem coletivo se constrói com a união de forças e não através de manifestações individuais.
Salvar vidas sempre foi e sempre será prioridade, mas acreditamos que gerar empregos e sair da crise podem andar juntos, pois também são fatores fundamentais para a sobrevivência da cidade. E nossa missão é reconstruir Londrina.

Fernando Moraes, presidente da ACIL.

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4 Comments

  1. Mario Alves

    Fernando, pq Maringá tá muito abaixo de Londrina nos números da pandemia?

  2. joao

    Essa ACIL só pensa no lucro, está pouco se importando se quase 240 londrinenses já perderam suas vidas para a covid19 e que temos quase 240 famílias londrinenses enlutadas nesse momento tão difícil. Só querem saber de faturar e lucrar. Eles batem sempre na mesma tecla de que vai haver desemprego e de que empresas vão falir. Então, se o preço para evitar novas mortes é esse, que haja desemprego e que empresas vão a falência, não importa. Emprego você corre atrás e se recoloca no mercado de trabalho, empresário falido também corre atrás e se reergue, mas uma vida perdida não volta mais. E batem na tecla de que a cidade se preparou e tem leitos de UTI suficientes. Isso também não importa, para mim a cidade de Londrina pode ter 2000 mil leitos de UTI disponíveis, enquanto estiver morrendo um único londrinense pela covid19 tem que fechar tudo. Repito pouco importa se a ocupação das UTIs é de 20%, 50% ou 80%, enquanto um único londrinense estiver perdendo a vida para a covid19, eu sou a favor do fechamento do comércio e de todas as atividades não essenciais. Eu já fiquei desempregado em momentos da minha vida, em outro momento já fui sócio de empresa que faliu, e sempre corri atrás e me reergui, então, para tudo tem solução nessa vida, basta correr atrás, a única coisa que não tem solução é a morte.

  3. Rafael Levi

    O textão do sr. Fernando não reduz os números alarmantes da expansão do coronavírus em Londrina: só ontem foram três mortos e 291 novos casos. Desses 291 infectados, como a estatística não mente, infelizmente em torno de 10 londrinenses estão condenados a morrer nos próximos dias. E perguntar não ofende: o presidente da Acil está disposto a usar os ônibus coletivos que os trabalhadores da indústria e do comércio usam para ir ao trabalho e voltar para casa durante apenas uma semana?

  4. Aluisio

    Que vergonha a atitude da ACIL! Graças a vocês forçarem a barra no dia das mães e no dia dos Namorados a cidade chegou nesse caos. Piada presidente Fernando Moraes!

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