Prezados Maria Victória, Cida e Ricardo:

Vi nas colunas sociais aí do Paraná que o enlace da pimpolha da família é o must desse inverno curitibano. Arrasa-quarteirão! Mas, dear family, quero dizer que as coisas mudaram muito desde que eu escrevia minhas colunas sociais no “O Globo”, e que eram reproduzidas Brasil afora… Hoje, mais é menos. Casamentos com mais de 200 convidados é cafona (como se dizia no meu tempo). Festa com muito brilho e cousa e lousa, parece aqueles rappers cheios de correntes douradas no pescoço, boné de aba grande, argolas e tatuagens de gosto pra lá de duvidoso. As pessoas chamam de ostentação,né? Parece coisa planejada pela família Trump, que não é exatamente um modelo de elegância. Mas, nesses tempos em que a família Buscapé chegou à Casa Branca, esperar o que né? Mas, caros e perdulários amigos, não pega bem festas dessa magnitude num país assolado pela crise e com um desemprego do tamanho da rede de lojas Macy´s… ainda mais quando se trata de uma família de gente que vive do dinheiro público. Isso já aconteceu na França e parece que os pescoços daquela gente chique não ficou bem na foto, quanto ficaria com um colar da Tiffany’s. Os mal-nascidos podem se sentir incomodados e cobrar a conta numa eleição…sei lá o que se passa na cabeça dessa gente que não é bem-nascida…Outra coisa; lista com presentes opulentos é démodée e acintosa. Hoje as pessoas chiques trocam suas listas de presentes por contribuições para ONGs bacanas, como os Médicos Sem Fronteiras, UNICEF, Cruz Vermelha… mas isso em países da Europa, no Uruguai e até no Chile…onde os convidados são estimulados a serem bacanas com os menos favorecidos. Ostentação demais é coisa de nouveau-riche, de gente de mau-gosto e deslumbrada, que eu sei que não é o caso da família B/B.Vocês só estão entusiasmados… Mas fica um conselho de um velho colunista cansado de badalação: quando o netinho nascer, façam uma festa en petit-comité. Não precisa convidar a trupe do Cirque du Soleil para animar a festa… O cães ladram e a caravana passa! À demain, que eu vou em frente.

 

I.S.