Flávio Arns pode começar a rezar. Para São Toni Garcia

Do Contraponto/Celso Nascimento

O candidato ao Senado Flávio Arns, da Rede, tem muito mais a agradecer ao empresário Toni Garcia do que à tia quase santa, médica Zilda Arns se o tema for vitória circunstancial em eleições.

Em 2002, Arns foi beneficiado pelas denúncias do candidato Toni Garcia contra o ex-governador Paulo Pimentel. À época, com seu estilo ousado e belicoso, Toni acusava o ex-governador de personalidade contraditória, ao defender a família em público e, ao mesmo tempo, publicar anúncios de prostitutas para a realização de programas de sexo em Curitiba.

Mesmo com uma história política muito mais densa do que Arns, Pimentel foi perdendo espaço com as denúncias de Toni e o eleitorado optou, surpreendentemente, por Arns, quase um desconhecido e candidato do PT – beneficiado também pela ascensão petista que levou Lula pela primeira vez à Presidência.

Agora, ao denunciar Beto Richa e seu grupo, Toni Garcia foi um dos grandes personagens que levaram à prisão do ex-governador, cuja candidatura ao Senado parece praticamente inviabilizada.

E novamente, Flávio Arns, com 17% nas pesquisas, deve ser a opção mais lógica para o eleitorado a menos de 30 dias da eleição.

Mas não custa lembrar: Flávio Arns, que na época do mensalão saiu do PT e virou tucano, acabou eleito vice-governador na chapa de Beto Richa e secretário da Educação. No segundo mandato, foi secretário de Assuntos Estratégicos, até pedir para sair quando explodiu o escândalo da Quadro Negro, desfiliou-se do PSDB e entrou para o nanico partido de Marina Silva, a Rede.