O único vice-governador que assumiu o governo do Paraná e se manteve fiel à função de substituto-temporário, o professor Hosken de Novaes, é tema do livro do jornalista de Londrina, José Pedriali, ainda sem data para o lançamento.
Hosken de Novaes, o vice mais amado
“Hosken, fidelidade à ética”, o nome do livro de Pedriali, já define o caráter político do homenageado, que morreu aos 88 anos, em 2006.
Ex-prefeito de Londrina, José Hosken de Novaes assumiu o governo quando Ney Braga candidatou-se ao Senado, em 1982. Manteve a simplicidade que o caracterizava – fazia ele próprio as compras nos supermercados de Curitiba – e, apesar de apoiar os candidatos do governo, não distribuiu benesses públicas e entregou as contas rigorosamente em dia.
Hosken de Novaes é uma das exceções na história dos vice-governadores do Paraná nos últimos 40 anos, sempre recheada de desentendimentos, traições e uso da máquina pública nas eleições. A biografia sai em bom momento para comparações.
E Hosken de Novaes foi tão respeitado pelos paranaenses nesta trajetória ética na política que o livro é financiado pelo primeiro candidato ao PT de Londrina, hoje empresário Oswaldo Lima. E por gratidão: os pais de Lima, mineiros, foram socorridos e apoiados e pelo então prefeito da cidade quando migraram de Minas Gerais para o Paraná, sem eira nem beira.
O jornalista José Pedriali tem experiência em livros biográficos de ex-prefeitos de Londrina: Wilson Moreira e Dalton Paranaguá tiveram suas vidas contadas por ele, assim como o vereador e avô, Mário Romagnolli.
Assadi janene e Luiz Eduardo Cheida devem ler o livro
Joao Mendonça e Marcelo Belinati idem
Antonho Belinati e Alex Canziani tambem
Joaquim Ribeiro e Ratinho Junior e Barbosa Neto outro tanto de leitura
Pensando em termos nacionais, o livro poderia ser lido também pelo presidente Temer, que traiu descaradamente quando ainda era vice. Até o prefeito Marcelo Belinati foi incensado por todo tipo de antipetista pelo seu voto na Câmara Federal a favor da substituição de Dilma por Temer.
Será que o biógrafo vai confirmar se o ex-governador Hosken de Novaes foi quem botou a polícia federal atrás dos professores que fizeram uma greve vitoriosa no final do governo Ney Braga? Até hoje os jornalistas da velha guarda se lembram de professores depondo na polícia federal da rua Santos e seus companheiros na rua à espera de que nenhum professor fosse preso ou detido pela polícia federal. Anos atrás alguém na Boca Maldita tentava adivinhar o que teria levado o governador a acionar a PF contra os líderes dos professores. Teria sido legalismo? Ou intimidação? Ou vingança pela greve que resultou em bom acordo para a classe? Por um motivo ou outro, a verdade é que o ex-governador Hosken de Novaes pode ter ajudado a colocar a pá de cal que faltava pra enterrar a Arena (braço civil do governo dos generais) no Paraná. Ney Braga não se elegeu senador. Quem ficou com a vaga foi Leite Chaves (MDB). E o partido de Hosken de Novaes também não elegeu o governador. Quem foi eleito foi o candidato da oposição: José Richa (MDB).
Precisa de um professor de história:
Quem se elegeu foi Alvaro Dias ao Senado.
José Richa ao Governo e Joao Elisio Ferraz de Campos a vice.
Ney Braga e Saul Raiz perderam ao Senado e Governo do Paraná.
Obrigado pela aula de história, Brimos. Realmente Álvaro Dias (na época famosinho por ser crítico do regime militar e amigão dos professores) se elegeu senador e não Leite Chaves. Resumindo: Álvaro Dias ajudou também a afundar o partido da ditadura, que era também o partido de Hosken de Novaes.
As professoras, por serem maioria, com certeza foram, com sua coragem e determinação, a principal força na conquista de melhorias salariais e de condição de trabalho durante os anos do regime militar. Daí a lembrança de duas outras mulheres de fibra: Eva Perón e Rosa de Luxemburgo.
Na verdade não dá pra comparar as relações entre o governador e seu vice no período do regime militar e hoje. Ney Braga e Hosken de Novaes pertenciam ao mesmo partido (Arena) e foram escolhidos a dedo pelo governo militar. Numa eleição indireta, na realidade uma pantomima, os dois eram “eleitos” pela assembleia legislativa. Nessas condições, as chances de um vice trair seu superior eram praticamente zero.
E o Haroldo Leon Peres?
Era do Regime Militar e de Maringá.
Dançou.
Ah! Esse aí meu avô xingava com gosto! Fosse hoje, o Leon Peres seria mais um moralista sem moral. Brimos, o Leon Peres não era propriamente de Maringá. Quando ele veio pra Maringá, ele trouxe o know how carioca. Aliás, o Leon Peres foi da UDN e depois da Arena como o sr. Hosken de Novaes. Mas a ópera bufa que sintetizava a moral do regime militar se resumiu no seguinte: Leon Peres foi obrigado a renunciar ao cargo sob a acusação de corrupção mas nunca foi preso, nunca ressarciu os cofres públicos e dizia ele que nem processado foi. Legal né?!?
QUEM TEVE COMO EU O PRIVILÉGIO DE CONHECER E TRABALHAR COM DR. HOSKEN, SABE QUE A PALAVRA TRAIR NÃO FAZIA PARTE DE SEU DICIONÁRIO.
Polícia Federal era o doicodi, dops e aesi do Regime Militar
Dr Hosken utilizava seu próprio carro para fazer compras no mercado. Qdo foi para Curitiba, achou alto o aluguel do imovel que o governo iria alugar para ele. Foi pessoalmente na imobiliária pedir uma redução no valor, pois alegou que se tratava de dinheiro publico.
Fosse hoje, certamente o dr. Hosken torceria o nariz para o juiz Moron e os procuradores federais de Curitiba que recebem um auxílio moradia (mesmo morando em imóveis próprios) de quase cinco paus mensais…
Agora é tarde de mais, ler o livro para quê? Deveriam sim ter se comportado como tal, tê-lo como exemplo de vida e do homem Publico que foi, pois em suas veias corriam o DNA da ético, moral, e aqueles simples e importantes princípios adquiridos em família. Seus filhos e descendentes foram abençoados por poder se orgulhar deste ilustre personagem Londrinense.