Minha Pasárgada

Por Mário César Carvalho

Pasárgada é uma cidade utópica imortalizada por Manuel Bandeira. Um paraíso onde ele acreditava que encontraria a liberdade do sofrimento imposto pelas limitações da tuberculose. Lá o poeta imaginava que poderia viver prazeirosamente a vida, sem qualquer limite, pelo simples fato de que era era amigo do rei.

E em tempos de pandemia e isolamento social, atingidos pelo bipolar processo do que deve, ou não, ficar aberto, do que deve, ou não, funcionar é de se pensar que talvez Pasárgada não seja um lugar utópico. Que talvez já estejamos morando lá e nem percebemos. Só com uma diferença: nesta Pasárgada nem todos somos amigos do rei.

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7 Comments

  1. Ricardo

    Bem isso, só os amigos do rei podem td!!

  2. Triste Londrina

    Bolsonaro além de abandonar o bolsonarismo se filiou ao gilmarmendismo. Enquanto tiver poder tem essa moral… O que mais me deixa pasmo é ver aquele Olavo de Carvalho se gabar de uma plêiade de escritores, ser o pai do olavismo. Ainda bem que sou vacinado e não me deixo levar pela engambelada desses trambiqueiros. Essa é a corrupção que prometeram combater. Olavismo não é crime, é o último recurso de quem até Jesus abandonou…

    1. Edgar

      Bolsonaro não abandonou o bolsonarismo, meu caro. Pelo contrário, o fortaleceu. Bolsonarismo sempre foi essa velha política corrupta e populista, apreciadora da truculência e autoritarismo. Os ingênuos, numa definição gentil, caíram como patos na conversinha dele.

      1. Triste Londrina

        Bolsonaro brigou sim com o bolsonarismo. Deixou o PSL, traiu aliados, frustrou eleitores que acreditaram na furada agenda ideológica, outros nos seus ideais neoliberais que se provaram meros discursos ou promessas de campanha. Fez a velha politíca. Abraçou o Centrão. O populismo não é exclusividade se ditadores de direita. Está em todas as instâncias da política. O seu problema foi deixar o filho se meter demais onde não é da conta dele…. Simples assim.

        1. Edgar

          Deixar o partido, trair aliados, frustrar eleitores, abraçar o centrão… Isso é bolsonarismo puro. E é obvio que o populismo não é exclusividade da direita, vide o populista mór do Brasil. Mas atribuir o problema de tudo à interferência filial é subestimar o método do presidente que burro não é. Quem dera se fosse simples assim.

  3. Satanás

    Mas os filhos do rei vão ainda mais longe, vão ao nirvana, que, nos novos tempos, significa ter costas quentes.

  4. Gláucia

    Os “amigos” do rei e o próprio rei, aquele que tem o poder, seja quem for, estraga o mundo, porque privilegia alguns. A sociedade é hierarquizada, a mentalidade é hierarquizada, há um sentimento de superioridade. Vê-se pelo comportamento do desembargador, daquela que disse sou advogada, daquele moço do condomínio da inveja da pele branca, daquele casal do Rio que humilhou um fiscal da prefeitura. Detesto.

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