O país precisa ser plural
Se há uma coisa que o PT fez bem em todos estes anos de poder, foi consolidar o aparelhamento do Estado. Ao contrário das demais siglas que mais parecem uma confraria de poucos amigos, o PT sempre se posicionou como uma confraria de muitos amigos.
Por isso, sempre que podia, escalava um companheiro para um cargo público. A estratégia, óbvia, sempre foi enraizar no poder. Fez isso com maestria.
Esta tropa de ocupação, pagando o dízimo de 10% ao partido, transformou o PT numa máquina eleitoral. Somando a isso, os dinheiros não contabilizados por fora, fizeram o partido e seus dirigentes imaginarem que tudo podiam e que o poder seria infinito.
Tudo certo, até que a ganância e a soberba, sempre elas, tomaram conta.
O PT tem muitas pessoas boas nos seus quadros. Tenho vários amigos petistas. Mas curiosamente, mesmo vendo o que estava acontecendo a maioria boa não reagiu. É uma pena.
O resultado veio consolidado nas urnas da última semana, o tamanho do PT diminuiu mais de 60%. Em 2017, perto de 50 mil filiados que estão em cargos comissionados, perderão seus postos. A arrecadação oficial vai cair ainda mais.
Não acredito que o PT vá desaparecer, mas talvez um bom recomeço seria admitir os erros, expurgar os companheiros que tiveram sempre como meta a causa própria, limpar a área e colocar a casa em ordem.
Um país democrático precisa e deve conviver com várias linhas de pensamento, precisa ser plural.