STF acelera julgamento de Gleisi, Paulo Bernardo e Meurer na Lava Jato

Do Estadão
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin manteve os trabalhos em seu gabinete durante o recesso do Judiciário para tentar viabilizar julgamentos de ações penais da Lava Jato – operação da qual é relator na Corte – neste ano. Três processos estão em fase mais avançada e envolvem a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e os deputados federais Nelson Meurer (PP-PR) e Aníbal Gomes (PMDB-CE). As informações são de Breno Pires e Rafael Moraes Moura no Estadão.

 

Após quase três anos e meio das investigações que começaram em Curitiba e se espalharam por todo o País, essas serão as primeiras sentenças no Supremo de políticos com foro privilegiado acusados de envolvimento no esquema de desvios e corrupção na Petrobrás.

Durante este mês, os três juízes auxiliares do ministro-relator se revezaram para tomar depoimentos de testemunhas. A perspectiva é concluir as audiências desses processos até o fim de agosto. O passo seguinte são os interrogatórios dos réus.

Conforme o regimento da Corte, após os réus serem ouvidos, a Procuradoria-Geral da República e a defesa terão cinco dias para pedir investigações complementares.

Fachin, então, deverá decidir se as aceita ou não. Vencidas essas etapas, o relator pedirá que as partes – acusação e defesa – apresentem suas alegações em 15 dias. O ministro poderá ordenar novas diligências. Por fim, Fachin faz o relatório e encaminha ao ministro-revisor, Celso de Mello, que pedirá data para julgamento na Segunda Turma da Corte.

Não há prazo legal para marcar um julgamento no Supremo, mas interlocutores do relator consideram a possibilidade de que as sentenças sejam proferidas até dezembro.

O processo contra Gleisi, presidente nacional do PT, já está na fase de oitivas de testemunhas. Nesta semana, já falou aos juízes auxiliares de Fachin a ex-presidente da Petrobrás Graça Foster e, nesta sexta-feira, 28, está previsto o depoimento da presidente cassada Dilma Rousseff. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também já depôs.

Gleisi, seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo (PT),

e o empresário Ernesto Kugler Rodrigues são acusados de solicitar e receber R$ 1 milhão do esquema na Petrobrás em 2010, quando a petista se candidatou ao Senado. Na defesa apresentada ao STF, os acusados negam envolvimento em irregularidades e alegam falta de provas.

Na ação penal contra Meurer e seus filhos Nelson Meurer Junior e Cristiano Augusto Meurer também estão sendo ouvidas as testemunhas de defesa. Eles respondem por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Indicação. Meurer é acusado de ter atuado para a indicação e manutenção de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobrás com o objetivo de se beneficia

r de recursos ilícitos de contratos firmados por empreiteiras com a estatal. A defesa do deputado e dos filhos afirmou ao Supremo que não há provas na denúncia.

Já a ação penal contra Aníbal Gomes e o engenheiro Luiz Carlos Batista Sá, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, está na fase de ouvir testemunhas de acusação – anteriores às de defesa. Os defensores dos acusados já alegaram que os fatos da denúncia dizem respeito a transações lícitas.

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Um comentário

  1. Frederico Hegel

    Por isso que é bom eleger petista! Petistas são investigados pra valer e os processos andam rapidamente. Já o mensalão tucano, que aconteceu 5 anos antes do mensalão petista, ainda não botou um único tucano na cadeia. Nem vai…

  2. Cobra criada

    Andre Vargas vai ter companhia logo, logo na limpeza das latrinas.

    1. Frederico Hegel

      É o que eu disse: petista não tem moleza. Aliás, problema não é corrupto preso. Problema é corrupto solto. Gente como o Serra acusado de receber R$ 23 milhões da Odebrecht na Suíça, o governador Alckmin acusado de receber gorda propina entregue ao seu cunhado, e nem vou falar nos acusados de corrupção aqui no Paraná, a começar pelo governador Beto Richa e mais uma curriola de tucanos e aliados… Sem contar que os corruptos soltos aqui do Paraná apoiam um presidente acusado de pôr um preposto para receber uma mala com R$ 500 mil.

    2. Frederico Hegel

      E, pode conferir depois, o Bendine será solto rapidamente. Pelo que li, a acusação do MP é fraquinha. Mal justifica uma prisão temporária.

  3. Rogério

    Engraçado quando se comenta aqui que petista ta esbarrando o pé na jaula aparece uns e outros querendo envolver pessoas que nem foram julgadas ou sequer condenadas ou investigadas. Fato que nunca se viu na história desse país um governo tão incompetente e irresponsável em administrar a nação e os bens públicos, colocar tanta gente incompetente em cargos estratégicos e a sede por querer perpetuar no poder e a fome de dinheiro como esses petistas. Partido que ao meu ver deveria ser extinto para o bem de nossa nação que deverá se deus quiser continuar verde e amarela ,livre dessa latrina.

    1. Frederico Hegel

      Parece que o amigão aí ficou chateado por que foram citados grão-tucanos como Beto Richa, Serra e Alckmin, Amigão, se quiser posso aumentar a lista de tucanos que nem foram julgados ou sequer condenados ou investigados. O problema é que esses suspeitos de cometerem crimes contra os cofres públicas vão continuar impunes. Logo no começo da Lava Jato o senador (imagine!) Aécio Neves foi citado no depoimento do Youssef (aquele que emprestou seu jatinho uma vez para o André Vargas e para o ex-tucano Álvaro Dias para fazer toda sua campanha) e o juiz Moro disse sua frase que acabou famosa: “Não vem ao caso”. Justiça seletiva comigo não!

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