Universitários gostariam de uma Reforma Política mais profunda

A Reforma Política que vem sendo discutida no Congresso, pelo andar da carriola, não vai passar de um puxadinho. É pouco.

Em Londrina o estudante de Direito da Unopar, Plínio Forcato, fez uma pesquisa, que será usada no Trabalho de Conclusão de Curso, e descobriu que os universitários desejam uma reforma mais profunda.

Os estudantes responderam 23 questões sobre reforma política. A maioria (80,7%) diz que não se sente representada politicamente, vota no candidato e não no partido (88%), defende o voto distrital (78,9%), a cláusula de barreira (63%), é contra a fidelidade partidária (73,2%), a favor da redução de despesas no legislativo (97,3%) e do fim do voto secreto dos parlamentares (92,6%). Os alunos também querem o fim das coligações nas eleições (83,4%) e acabar com as reeleições para cargos políticos (64,2%). A maioria (62%) entende que quatro anos seria o tempo ideal de mandato e 93,5% acha que é o povo brasileiro que deve decidir qual tipo de reforma política precisa ser feita no país.

O professor André Trindade, orientador do trabalho, acredita que a maioria não se sente representada politicamente devido à falta de um controle efetivo das ações do candidato após a eleição. “É uma falha do nosso sistema. Além disso, o eleito muitas vezes defende o interesse do partido contra o interesse do eleitor”, acrescenta. Esse é outro motivo para que a maioria dos estudantes defenda o fim da fidelidade partidária.

Os resultados deixam bem claro que o candidato avulso é uma tendência: “Acredito que essa pesquisa espelha a opinião da maioria dos eleitores brasileiros. É nítido que eles votam no candidato e não no partido. As ideologias partidárias se perdem no próprio processo político, na hora de se costurarem acordos”, explica o professor, que também defende o fim da fidelidade partidária. “A fidelidade deve ser para o eleitor e não para o partido. Isso acabaria com o voto de legenda, que atualmente mascara o processo eleitoral. As pessoas votam num candidato mas acabam elegendo outro”, alerta.

Trindade acredita que a reforma política poderia mudar o conceito que os brasileiros têm de política: “A maioria das pessoas não gosta e não entende de política, sem considerar que todos nós somos seres políticos. Quando a pesquisa mostra uma maioria favorável ao voto facultativo isso expressa que as pessoas não veem no voto uma capacidade de mudança do sistema; elas simplesmente enxergam o voto como uma formalidade. Se conseguirmos fazer com que elas se sintam representadas por seus candidatos, elas irão perceber que o voto tem o poder de fazer mudanças”, conclui.

A pesquisa será divulgada ao público logo depois da apresentação do TCC, no próximo semestre.

Compartilhe
Leia Também
Comente

0 Comments

  1. maria

    seria perfeito nao é? me identifiquei com a maioria em todos os quesitos da pesquisa, kd o famoso plebicito? ou o povo não tem capacidade de responder a meia duzia de perguntas com ‘sim’ ‘não’?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Buscar
Anúncios
Paçocast
Anúncios