O caminho de Belinati será tortuoso e ele terá que mudar o seu comportamento político
Para conseguir viabilizar uma candidatura competitiva ao governo do Paraná, o ex-prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, vai ter que mudar seu comportamento político.
Na última eleição para prefeito, em que apoiava a candidata Maria Tereza, Marcelo Belinati evitou ao máximo fazer alianças com outros partidos. Formalmente, apenas o Podemos participou da coligação, enquanto o principal adversário ficou com praticamente todos os demais. Isso resultou o que todos sabem. Praticamente metade do tempo no horário eleitoral ficou com o adversário que levou também para sua campanha candidatos a vereador, lideranças de bairro, etc.
Numa campanha estadual, para ser viável, Belinati precisará conquistar os prefeitos de várias cidades, os vereadores, conquistar lideranças empresariais e muito mais.
Sem isso, uma candidatura não sairia do luga.
Marcelo Belinati é muito tacanho para liderar uma candidatura majoritária ao Estado.
No máximo uma vice. Talvez o que Ricardo Barros imagina se ninguém de sua Família postular a vaga.
Belinati nunca se relacionou nem com os prefeitos da região. Não participava da Amepar, tomou bronca do Sergio Onofre várias vezes, foi um cara totalmente isolado. Pra ser governador, tem que ir muito além desse isolamento. E o fato de ele não ter feito alianças com outros partidos para a candidata dele não foi por nenhum purismo, não, porque em todas as candidaturas dele a prefeito, ele juntou trocentos partidos na coligação dele. Desta vez, o que aconteceu foi que ninguém quis andar de novo com ele, por causa da fraqueza da candidata. A grande verdade é que o Ricardo Barros vai ficar cozinhando o Belinati, fingindo que vai dar a candidatura ao governo pra ele, mas depois vai se coligar com alguém realmente competitivo. Belinati é figura local, não tem projeção estadual e jamais terá, exatamente como foi o véio Bila, que também inventou que seria governador nos anos 90, mas não saiu da estreiteza comum a esse pessoal.
Chega de Belinati, né…. Já deu!
Há quatro anos, logo após a vitória de Marcelo Belinati a seu segundo mandato, alguém fez um plano para viabilizar sua candidatura ao governo do Paraná. Apesar de parecer um tanto imaginativa, hoje, repito, passados quatros anos, a ideia se mostrou extremamente sensata.
Primeiro por que levava em conta as fragilidades políticas do então suposto candidato; segundo considerava a influência de alguns participantes de seu núcleo duro, composto por palpiteiros políticos e marquetológicos “bem intencionados”.
A proposta apresentada era boa por uma singularidade: era feito “taylor made”, sob medida para o candidato. E, neste formato, era algo único, jamais imaginado por qualquer político até aquele momento como forma de liderança e meios de se alcançar seguidores.
O mais bacana é que o plano não era uma mera narrativa publicitária ou marqueteira para eleger alguém. Era uma declaração de princípios, um compromisso como futuro, uma ação clara de propósitos. Quem, neste Paranazão, fazia isso?
O plano para o prefeito se tornar governador era de uma simplicidade óbvia e constrangedora. Tanto que foi apresentado com quatro anos de antecedência, justamente para que tudo fosse feito naturalmente, no tempo natural das coisas.
Não me lembro mais dos detalhes, mas em resumo a ideia proposta era a seguinte:
Se você voasse como um drone sobre Londrina, e a visse de cima, e com ela todo o interior do Paraná, conseguiria perceber todas as disparidades e discrepancias no desenvolvimento das microrregiões do estado.
Perceberia também que, para Londrina poder crescer ainda mais, teria que extrapolar seus próprios limites. Compreenderia que a megalópole prevista há 40 anos entre Londrina e Maringá, está muito próximo de se tornar uma realidade. Ou seja, Londrina estaria pequena para si própria; ela só comportaria projetos de altíssima envergadura e tecnologia. Compenetrado dos rumos que o futuro lhe indicava, Londrina deveria “exportar” riquezas e desenvolvimento para os municípios vizinhos.
Soluções sobre manejo de lixo, integração de transportes, habitação e uma infinidade de outras coisas – todas efetuadas com ousadia e determinação – acabariam por criar o conceito de uma imagem de alguém capaz de assumir a liderança regional de um dos estados mais pujantes da federação.
Sabemos que todo propósito necessita liderança. Liderança mais propósitos consequentes elegem governadores e presidentes.
Era um bom plano, uma boa aposta. Se o prefeito soube do plano? Não sei. Possivelmente não. Ou ele se perdeu nas gavetas dos assessores ou na papelada guardada dos que não produzem nada. Se quem fez o plano não se importa, por que é que eu iria me importar? Como diz o Moyses Leônidas, citando o principio de Peter, um conceito bem humorado sobre o nível de incompetência das pessoas, sejam chefes ou subalternos. É… sem imaginação ninguém se cria.