Um minuto antes da meia noite
Por Luciano Maluly
As notícias sobre os desastres naturais, econômicos e políticos no Brasil, assim como da invasão da Ucrânia pela Rússia, sem falar da pandemia, causaram um vazio incomum em nossa alma.
Choramos as perdas humanas e materiais. Uma dor incontrolável em meio ao cotidiano repleto de obrigações.
Quando chega o último minuto do dia, fechamos os olhos com a esperança de que o esporte retorne a ser uma das nossas principais preocupações.
Queremos apenas torcer pelo nosso time de futebol ou mesmo acompanhar o “espetáculo” independente da modalidade. Nosso prazer é o de rir ou chorar conforme o resultado, assim como assistir as histórias de superação dos esportistas.
Os Jogos Olimpicos de Inverno na China passaram despercebidos da mesma forma que importantes competições, especialmente do hegemônico futebol. Alguns colegas ainda tentam se manter fiéis, mas está difícil até para os fanáticos.
Não tivemos tempo e nem cabeça de retomar a nossa posição de torcedor.
O esporte é uma “utopia” em forma de guerra e tragédia, mas bem diferente do atual cenário em que o
drama é bem real.
Em meu sonho, estamos agora em um lindo estádio com torcida única, tremulando bandeiras brancas e cantando bem alto “Imagine”, de John Lennon e Yoko Ono, como um hino pela PAZ e em homenagem às vítimas.
Luciano Maluly é professor de jornalismo na ECA-USP: [email protected]