Por Antonio Xavier
Sr. Paçoca com Cebola
É cada vez mais comum em Londrina a prática de estabelecimentos comerciais tratarem como privativas as vagas de estacionamento em recuo, aquelas situadas em frente às lojas, após o rebaixamento da calçada. O que muitos ignoram, ou fingem ignorar, é que essas vagas são de uso público, não podendo ser restringidas apenas a clientes.
Recentemente, uma situação gravada em vídeo escancarou essa distorção. Um motorista tentou estacionar numa vaga de recuo de uma rede de farmácia na Higienópolis, foi abordado por funcionários da loja e informado de que, se não fosse cliente, seu carro seria guinchado. Tudo isso, em espaço que a legislação reconhece como público.
A explicação é simples: quando um comércio rebaixa a guia e elimina as vagas públicas paralelas ao meio-fio, ele altera o uso do espaço urbano. As novas vagas não são da loja, mas da cidade. Logo, qualquer cidadão pode estacionar, independentemente de consumir no local ou não.
Essa apropriação indevida agrava ainda mais o trânsito já caótico de Londrina. A cidade carece de planejamento viário e mobilidade, e práticas como essa apenas pioram a falta de vagas, criam tensão entre motoristas e comerciantes, e contribuem para a desorganização urbana.
A CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) e o IPPUL (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina) precisam agir com urgência. É necessário fiscalizar e coibir a privatização desses espaços, garantir a sinalização correta e, principalmente, orientar comerciantes e a população sobre seus direitos e deveres.
Estacionamento não pode ser tratado como privilégio de poucos. Em uma cidade pública, o espaço também deve ser público.
Antonio Xavier, um londrinense desde 1970.
8 comentários
Gregório Mazzeo
Gostaria de saber qual é o posicionamento da Prefeitura de Londrina, do IPPUL ou da CMTU sobre o excesso de rebaixamentos de calçadas.
O assunto tem gerado muitas reclamações e comentários da população. Tá na hora de uma resposta oficial.
Claudemir
A cidade esta abandonada, obras irregulares por todos os lados.
Não existe mais fiscalização como antes. Uma pena..
Pedro Vinicius
O contigente de Fiscais em atividade está quase em 50% do necessário, a Prefeitura de Londrina precisa convocar urgente, demanda tem, argumento de responsábilidade fiscal já não faz mas sentido. Outras cidades com menor porte possuem mais pessoal disponível do que Londrina.
Prof. Paulo Minozzo
Além de carecer de planejamento viário e mobilidade, o caso citado mostra que a cidade carece de uma população minimamente alfabetizada e bem informada, que não passe vergonha com atitudes burras, como os tais funcionários de tal farmácia. Mas aí não sei o que é mais difícil: planejar a cidade ou letrar esse bando de analfabetos funcionais de Londrina.
Roberto Gomes
Já passou da hora da PML agir nesse problema.
Lembro de maior rigor no governo Kireff.
Depois….. foi relaxamento total.
Vamos sim denunciar essa prática.
Vagas em falta
O assunto é importante, a Prefeitura deixou de fiscalizar a cidade, obras irregulares procriam, construções comerciais proliferam pela cidade sem vagas de estacionamento, um grande prédio comercial recém inaugurado na Av Adhemar de Barros tem estacionamento pago e bem pago, os empregados deixam seus carros espalhados pela região, clientes são obrigados a pagar estacionamento caro, a ânsia em construir esbarra na má vontade de deixar vagas de garagem para clientes, vejam os MALL que virou moda, a PML permite sem cobrar como área construída.
Como desenvolver a cidade sem vagas de estacionamento? Afinal Londrina não gosta de andar de ônibus.
Cadê o MP
Uma cidade sem lei e só anda fora da lei?
Vamos fazer o mutirão do antirrebaixamento irregular.
Denunciar um a um os estabelecimentos que roubam as vagas e quarteirão por quarteirão…
Depois protocolar no MP e para condenar os responsáveis e fiscais que são omissos.
RUY LIMA
PELA LEI, CADA TERRENO TEM DIREITO A APENAS 3,50M DE GUIA REBAIXADA.
FALTA FISCALIZAÇÃO.