No Paraná, deputado eleito prefeito pode abrir mão do cargo para a esposa

do Esmael Moraes

Em meio aos bastidores efervescentes da política paranaense, surge a especulação: o deputado estadual Marcel Micheletto (PL), recém-eleito prefeito de Assis Chateaubriand, poderia renunciar ao cargo para abrir caminho à sua esposa e vice-prefeita eleita, Fran Micheletto (PL). Será que estamos prestes a assistir a uma estratégia política semelhante à ocorrida em Orós, no Ceará?

No cenário cearense, o prefeito eleito Simão Pedro (PSD) anunciou que renunciará após a posse para reassumir seu mandato como deputado estadual, permitindo que sua mãe e vice-prefeita eleita, Tereza Cristina Pequeno (PSB), assuma o comando do município. Essa manobra política tem gerado debates intensos sobre ética e representatividade.

Voltando ao Paraná, Micheletto, que já ocupou a Secretaria da Administração na gestão de Ratinho Junior (PSD), é cotado para assumir novamente uma pasta de destaque no governo estadual. Sua possível renúncia abriria espaço para Fran Micheletto liderar a prefeitura pelos próximos quatro anos. Mas quais seriam as motivações por trás dessa movimentação?

Além da perspectiva de fortalecer sua influência política tanto no âmbito municipal quanto estadual, Marcel Micheletto poderia estar de olho na presidência da AMP (Associação dos Municípios do Paraná), cargo que já ocupou anteriormente. Contudo, se deixar a prefeitura, essa possibilidade ficaria inviabilizada, uma vez que a AMP é composta por prefeitos em exercício.

A comunidade de Assis Chateaubriand observa atentamente essa possibilidade. Fran, atual vereadora, tem trajetória própria na política local e sua ascensão ao cargo máximo do município poderia representar continuidade ou renovação, dependendo do ponto de vista.

Enquanto isso, o governador Ratinho Junior mantém-se como peça-chave nesse tabuleiro, apoiando Micheletto e, possivelmente, alinhando estratégias para fortalecer sua base aliada no estado.

O que se desenha é uma movimentação calculada, onde cargos e interesses se entrelaçam em nome de projetos políticos maiores. Resta saber como o eleitorado interpretará essas manobras e quais serão os impactos reais na administração pública.

E você, caro leitor, como vê essa possível troca de cadeiras em Assis Chateaubriand? Seria uma estratégia legítima dentro do jogo político ou um desrespeito à vontade popular expressa nas urnas?

Quando um deputado estadual é eleito prefeito e opta por permanecer na Assembleia Legislativa, ele deve renunciar ao cargo de prefeito antes da posse, que ocorre em 1º de janeiro do ano subsequente à eleição municipal.

Essa renúncia deve ser formalizada até 31 de dezembro do ano da eleição, garantindo que o vice-prefeito assuma a chefia do Executivo municipal. Essa medida assegura a continuidade administrativa e evita a acumulação de cargos públicos, conforme estabelecido pela Constituição Federal.

O município de Assis Chateaubriand, no Oeste do Paraná, fica a 584 km de Curitiba. Possui cerca de 37 mil habitantes. O casal Micheletto foi eleito com 55,66% dos votos válidos, qual seja, 11.553 votos.

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Um comentário

  1. Tóin

    Em sua carta de renúncia, escrita no dia 31 de dezembro, o deputado justificou sua decisão ante o entrave constitucional, ao citar o artigo 54, inciso II, alínea “d” da Constituição Federal de 1988, onde “proíbe que sejam exercidos dois cargos públicos ao mesmo tempo, obrigando o candidato eleito para dois cargos a escolher um entre eles; como todos sabem, sou também Deputado Estadual e, por relevantes motivos de foro íntimo, vejo-me forçado a optar por concluir o meu mandato na Assembleia Legislativa da Bahia”.
    https://osollo.com.br/janival-e-empossado-prefeito-de-belmonte-apos-renuncia-de-janio/
    Ele usou Orós no Ceará.
    Mas Micheletto vai usar (se usar) o caso de Belmonte na Bahia.
    Voltando ao Paraná, Micheletto, que já ocupou a Secretaria da Administração na gestão de Ratinho Junior (PSD), é cotado para assumir novamente uma pasta de destaque no governo estadual.

    Em família
    O prefeito eleito de Orós (CE), Simão Pedro (PSD), nem tomou posse e já disse que irá renunciar. Suplente de deputado, assumirá a vaga na Assembleia Legislativa. Quem herda a prefeitura é a vice, sua mãe.
    https://www.osul.com.br/rusga-entre-padilha-e-gleisi-pesou-o-clima-no-pt/

    Quem dança é o Jairo Tamura.
    Vai ter que pedir emprego com o Tiago Amaral e Mestre Madureira.

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