O espetáculo da violência
Por Alisson Poças
Dois adolescentes: um de 15 anos, morto em confronto com a Polícia em Londrama. Outro, de 13, morto num colégio cívico militar em Apucarana, em um espancamento, praticado por outros adolescentes.
Não é de hoje que vimos afirmando, que a nossa sociedade está doente. A massa aplaude o espetáculo da violência e os programas pinga-sangue da hora do almoço.
Acabam por crer em qualquer coisa que é dita. E, nesse espetáculo – às avessas – o vale tudo pela audiência, é elevado à enésima potência e qualquer argumento é argumento.
Dia desses, quase acontece uma tragédia entre um carro de uma TV (X) e outro carro da TV (Y) em uma espécie de racha em direção à Zona Norte da cidade. Não basta noticiar a tragédia. Tem que ter o sangue escorrendo. Tem que ter “exclusividade”.
A violência não nos indigna mais. Ela faz parte do cotidiano. Trazida pela mídia tradicional para sua mesa de refeição na hora do almoço.
Nas periferias impera esse “medo, medo, medo” que a qualquer momento pode acontecer algo não previsto.
A morte, não pode ser um instrumento de trabalho. A violência não pode ser banalizada, em qualquer circunstância.
Quando ouvimos falar de cultura de paz, não basta dar abraço simbólico numa árvore, ou se vestir de branco durante uma semana. É nas famílias, nas comunidades, nas Igrejas, nas Escolas, nas Instituições, em todos os lugares, que devemos combater.
Vidas não são números, histórias não são estatísticas.
Dois adolescentes. Duas histórias abreviadas, várias famílias sofrendo.
Pense nisso povo das periferias!
É o Papo Reto Londrama dando a letra!!
“Pense nisso, povo das periferias.”
Ufa! Ainda bem que o problema da violência só afeta o povo das periferias, né?