Valdemar da Costa Neto pronto para rifar Bolsonaro
do Ultimo Segundo/Daniel César
O PL já considera Jair Bolsonaro como parte do passado e iniciou um planejamento para o futuro. Valdemar da Costa Neto avisou aliados que a legenda não pretende apoiar o ex-presidente e não pagará o preço de ser considerado um partido golpista.
A coluna teve acesso a mensagens enviadas pelo cacique político em grupos com membros do PL e que reforçam a tese. Em um deles, parlamentares da legenda discutiam sobre como pautar temas relevantes como oposição ao atual governo, de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e um deles levantou a tese de que era importante conversas com Bolsonaro para receber orientação.
“O PL não é o Bolsonaro. O Bolsonaro acabou. Esqueçam ele”, teria reagido Valdemar em resposta à mensagem. “Conversem comigo e vamos decidir aqui os rumos do PL”, continuou o cacique, surpreendendo aliados por conta da decisão de abandonar um nome importante do cenário político tão rapidamente.
Questionado se Bolsonaro será expulso, Valdemar desconversou nos grupos. A expectativa dele, porém, é que o político peça a desfiliação, ainda que alegando traição ou quebra de confiança. “Ninguém mais se importa com o que o Bolsonaro fala”, comentou um deputado do partido.
A relação entre os dois anda tão tensa que eles mal se falam. O grupo de whatsApp que conta com Valdemar e a família Bolsonaro está em silêncio há mais de uma semana. “Não dá para conversar com essa gente”, teria dito a um parente.
Valdemar já avisou a seu grupo que o PL vai focar no Congresso, onde tem a maior bancada, e tentar ganhar força política pensando em eleições municipais. “O PL é muito maior que o Bolsonaro”, garantiu a aliados.
3) Bolsonaro não sai destruído do governo, e o núcleo de sua base está preservado. O Datafolha da transição mostra um presidente que sai com 39% de ótimo+bom e 37% de ruim+péssimo. Mostra também que 23% consideram-no o melhor presidente que o Brasil já teve (Lula tem 37%). Nas circunstâncias, é um desempenho bastante razoável. Uma fatia de mercado político-eleitoral consistente como plataforma para oposição.
*1 de janeiro*
Vamos ao que interessa. Quais são as ideias do governo para evitar que 2023 registre desaceleração da economia, o que traria certamente a diminuição do ritmo da recuperação do emprego? Apenas a ação indutora do Estado (e como vai ser isso?) será suficiente ou será necessário evoluir na melhora do ambiente para o investimento privado?
O principal risco político para a nova administração é continuar ocupada com a guerra cultural-propagandística contra a anterior enquanto se deterioram as condições econômicas do povão.
Sempre se poderá, é claro, evocar alguma herança maldita, mas não é certo que venha a resolver o problema.
Até porque o bolsonarismo preserva, como começam a mostrar os levantamentos, forte base social.
*7 de janeiro*
Pois, se Jair Bolsonaro for neutralizado como alternativa imediata real, e depois de 8 de janeiro há acordo entre as demais correntes para isso, como administrar as contradições que naturalmente vão aflorar entre os hoje aliados anti-Bolsonaro e certamente futuros inimigos?
*14 de janeiro*
http://www.alon.jor.br/?m=1
Bolsonaro continua perigoso. Sua base de apoio é significativa: crentes fundamentalistas, eleitores fanatizados e subservientes a qualquer tipo de mentira que recebem no WhatsApp ou no Telegram e grupos econômicos e secreto poderosos e influentes. Não é pouca coisa. Hoje todo cuidado com o neofascismo pronto pra devolver o Brasil a uma ditadura militar e civil é pouco. Felizmente a maioria da sociedade brasileira não entrou nessa aventura promovida por Bolsonaro e seus aliados. E se espera que ela não caia na lábia do “novo” Bolsonaro gringo, que “criticou” os atos terroristas de seus seguidores. Bolsonaro já disse na TV que o Brasil que ele quer não será conquistado nas urnas mas através de uma guerra civil com milhares de mortes. Pura subversão antidemocrática.
Dois sujos, dois mal-lavados é o que são.
Me parece que a insegurança comunopetista vem se sobrepondo as certezas.