Londrina 100 anos
*Por Fábio Theophilo
“Partimos na madrugada do dia 20 de agosto de 1929, e à tardinha do mesmo dia chegamos a cidade maleitosa de Jatai, onde dormimos no racho de palmitos… Bem cedo, no dia 21 de agosto de 1929, tratamos de atravessar o majestoso rio Tibagi. … de onde iniciamos a dura caminhada até o local denominado Patrimônio Três Bocas… chegamos à tarde na divisa das terras da Companhia, onde o engenheiro Alexandre Razgulaeff, orgulhosamente, fincou o primeiro marco de madeira e disse: chegamos. … Sem perda de tempo o Sr. Alberto Loureiro, homem dinâmico, ordenou que seus camaradas, com foices e machados, fizessem uma pequena clareira e construíssem os dois primeiros ranchos. Isso foi na tarde do dia 21 de agosto de 1929… A primeira noite foi um suplicio devido aos mosquitos, tanto assim que fomos obrigados a fazer uma fogueira dentro de cada rancho para afastar os insetos com a fumaça. … Em 1930 foi construída a estrada de rodagem entre Jatai e o Patrimônio Três Bocas, cujo nome a esta altura foi mudado para Patrimônio Londrina. … A primeira caravana de compradores de terras chegou em dezembro de 1929 e era composta de 8 japoneses… Em 1930, surgiu a primeira casa de madeira de Londrina, construída por Alberto Koch, e logo em seguida a segunda, de propriedade de David Dequech. … Quando, em junho de 1932, estourou a revolução, Londrina já possuía mais de 150 casas… Em 1933 já haviam 396 casas em Londrina, inclusive a famosa Casa Sete, onde moravam quatro jovens solteiros: eu, Dino Schneider, Luiz Estrella e Eugénio V. Larionoff,… Em 3 de dezembro de 1934 foi criado o Município de Londrina, pelo Decreto Estadual n° 2519 e Distrito Judicial do mesmo nome. Esta data e oficialmente considerada a data da fundação de Londrina, porém, Londrina, na verdade, nasceu naquela tardezinha de 21 de agosto de 1929, quando o Dr. Alexandre Razgulaeff fincou o primeiro marco ao chegar nas terras da Companhia.”
Essa a contagiante saga de Georges Craig Smith que, aos 20 anos liderou a expedição. Daria um filme maravilhoso.
Trago ao debate que o que define a existência de um povoado não é a sua condição de ente representativo emancipado, mas sim de outros fatores que o caracterizam e o definem, como a sua ocupação, história, identidade cultural e geográfica que é exatamente o caso do Patrimônio Três Bocas, antigo nome de Londrina.
O Brasil foi “descoberto” em 21 de abril de 1500 por Pedro Álvares Cabral, em Santa Cruz Cabrália, na Bahia. O Brasil foi colonizado por Portugal e, à época com uma população de aproximadamente 4,5 milhões de habitantes, o país se tornou independente de Portugal somente em 7 de setembro de 1822. Fica a pergunta: o Brasil passou a existir a partir da independência em 1822 ou da sua descoberta em 1500? A mesma pergunta serve para Londrina. Seria dizer que o Brasil possui apenas 202 anos desde a sua independência em 1822, e não 524 anos, que é quando efetivamente o Brasil surgiu?
Da mesma forma, Tamarana existia muito antes de ser emancipada, enquanto distrito de Londrina, tal qual os distritos de Londrina como Warta, Irerê, Paiquerê, etc. que existem enquanto distritos e não são emancipados.
Hoje celebrando os 90 anos da emancipação de Londrina em 3 de dezembro de 1934, defendo que já existíamos como um povoado – no caso, um distrito (o que se denominava Patrimônio) da então Jatahi – hoje Jataizinho, já com 5 anos de existência, aproximadamente 1400 habitantes e 396 casas. A nossa amada Londrina nasceu e passou a existir em de 21 de agosto de 1929, data em que se celebra o Dia do Pioneiro. Estamos, portanto, a menos de 5 anos da celebração do centenário de sua existência em 2029 e, é essa a data que é a mais importante na história de Londrina, a ser celebrada anualmente.
FÁBIO THEOPHILO, advogado, London, Ontario, Canada, orgulhosamente filho desta terra desde 1972
Esta data e oficialmente considerada a data da fundação de Londrina, porém, Londrina, na verdade, nasceu naquela tardezinha de 21 de agosto de 1929, quando o Dr. Alexandre Razgulaeff fincou o primeiro marco ao chegar nas terras da Companhia.” – os Xetás já caminhavam por aqui ao lado de seus parentes Avá Guaranis, Caigangues e outros particulares viajantes como os Guaicurus.
… e Xokleng
PRỸG tỹ hẽn ri keki kanhgág ag tóg norte do Paraná ki jamãn ja nĩgtĩ.
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/educacao_indigena/povos_indigenas_folheto.pdf
Sucesso ao Curt
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Curt_Nimuendaj%C3%BA