Câmara aprova distribuição gratuita de medicamentos à base de cannabis na rede municipal

O plenário da de aprovou, em primeiro turno, na tarde desta terça-feira (19), o projeto de lei (PL nº 66/), do Mestre Madureira (). A proposta prevê que é direito do paciente receber gratuitamente, nas unidades de pública do Município de Londrina, medicamentos nacionais e/ou importados que contenham em sua fórmula canabidiol (CBD), tetrahidrocanabinol (THC) e/ou outras substâncias extraídas da planta Cannabis sativa, desde que autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária () e prescritos por médico. O projeto recebeu favorável de 18 vereadores. Apenas a vereadora Jessicão (PP) votou contrariamente à matéria. Com isso, abre-se prazo regimental de sete dias úteis para apresentação de emendas antes do segundo turno de votação.

O medicamento será ofertado desde que o paciente apresente laudo do médico com a indicação do Código Internacional da Doença (CID) e a justificativa de utilização da substância; declaração médica sobre a existência de estudos científicos comprovando a eficácia do medicamento para a doença, síndrome ou transtorno, com a menção de possíveis efeitos colaterais; e prescrição com o quantitativo e o tempo necessário para o tratamento.

O vereador Mestre Madureira explicou que, atualmente, o custo do tratamento impede o acesso da população em geral. “É um tratamento caríssimo, tem doses que chegam a R$ 600. Muitas pessoas que têm Alzheimer, autismo, esclerose múltipla, esquizofrenia, epilepsia, Parkinson e até fazem tratamento oncológico sofrem demais”, disse, complementando que a medicação tem apresentado resultados satisfatórios.

Em fala enviada por vídeo, a médica Roberta Gobeti Delgado, especialista em Clínica Médica e Geriatria, explicou a aplicação medicinal da cannabis. Ela destacou que muitos medicamentos têm origens naturais, como a morfina, fabricada a partir do ópio retirado da papoula. Da mesma forma, o extrato de cannabis é extraído da flor da planta Cannabis sativa. No , a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a aplicabilidade medicinal da cannabis em 2015. Segundo ela, os medicamentos à base da planta têm demonstrado eficácia em várias condições, como dor crônica, epilepsia, enxaqueca, doenças reumatológicas, doença de Huntington, esclerose múltipla, depressão, esquizofrenia e psicose.

Também em depoimento em vídeo, o diretor do Hospital Cristo Rei de Mandaguari, José Carlos Machado Oliveira disse já ter prescrito o medicamento para aproximadamente mil pacientes, com bons resultados na maioria dos casos. Mandaguari, no Norte Central , foi pioneira no estado na distribuição de cannabis medicinal de forma gratuita. Atualmente, têm acesso aos medicamentos pacientes do município com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou epilepsia refratária. O acesso está previsto na lei municipal nº 3.979, de 5 de maio de 2023, de autoria do vereador Sidnei da Silva, mais conhecido como Chiquinho. O parlamentar acompanhou a sessão e explicou que a ideia da lei surgiu depois que ele acompanhou a história do menino Pedro Henrique, de 10 anos, que tinha autismo severo e paralisia cerebral, e apenas os medicamentos à base de cannabis aliviavam as crises. Adquirir os medicamentos, contudo, era algo difícil para a mãe do menino. “O benefício que a Lei Pedro Henrique trouxe para o município de Mandaguari, principalmente para a família dos autistas e para as pessoas que têm epilepsia, é uma melhoria significativa, porque trouxe qualidade de vida, trouxe dignidade, porque o medicamento que é comprovado cientificamente que ele traz uma qualidade de vida enorme para essas pessoas. E muitas famílias tinham que judicializar esse medicamento para poder comprar, e o município de Mandaguari saiu na frente”, afirmou.

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Respostas de 2

  1. Será que os ignorantes que são contra medicamentos produzidos a partir da maconha também são contra os medicamentos obtidos a partir do ópio? É só ignorância mesmo ou incoerência idiota?

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