De problema sem solução para Cidade Tecnológica de Londrina

Quem já bateu os 50 anos e acompanha a política de Londrina já deve ter ouvido falar da Fazenda Refúgio, uma área adquirida em 1991 no governo do então prefeito Antonio Belinati para a construção de moradias populares.

Lá se vão trinta longos anos e muitas disputas judiciais. A área, imprópria para a construção de moradias, virou depósito de galhos, pista de motocross, e várias outras finalidades, mesmo a do objetivo principal.

Agora, quem sabe, uma boa ideia pode vingar.

Para complementar o ecossistema de inovação de Londrina, o prefeito Marcelo Belinati vai anunciar o projeto ‘Cidade Tecnológica de Londrina’ nesta quarta-feira (15), às 9h, no saguão do segundo andar da Prefeitura de Londrina. Ele vem se somar ao Tecnocentro e ao Parque Tecnológico Francisco Sciarra e para sua efetivação, o prefeito lançará, na mesma oportunidade, o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI).

O projeto veio da cabeça do ex-secretário de Governo Alex Canziani (veja matéria na Folha de Londrina)

Conforme o projeto, a Cidade Tecnológica será instalada em uma área de 370 hectares, na antiga Fazenda Refúgio, que conta com 60% de mata nativa, um corredor de biodiversidade, nascentes e fundo de vale; tudo integrado em um futuro próximo com muita tecnologia, pesquisa e inovação. Para isso, devem poder se instalar no local empresas, startups, incubadoras, Institutos de Ensino Superior e de pesquisa científica, entre outras.

O projeto prevê uma parceria do poder público municipal com a iniciativa privada e terá a Companhia de Habitação de Londrina (Cohab-Ld) como sócia-investidora, em modelo inédito de negócios para a companhia. Isso porque, o terreno da Fazenda Refúgio pertence à Cohab-Ld, mas para fins de habitação ele não é considerado viável, por ser irregular e ter muita encosta. Mas, por outro lado, ele facilita a logística e os deslocamentos, pois fica a 3 km do Aeroporto Governador José Richa e a apenas 6 km do centro da cidade.

Para colocar o projeto em ação, o primeiro passo é lançar o edital de PMI para contratar uma empresa que fará o estudo de viabilidade e o estudo técnico para o futuro parque tecnológico. A empresa contratada avaliará o espaço e através desse estudo listará todas as ações que devem ser feitas pelo Município e quanto custarão essas implementações. Para tanto, a contratada deve ouvir as entidades envolvidas no projeto que, no caso, são a Prefeitura de Londrina, a Cohab-Ld, Sebrae, Acil e empresas da área tecnológica.

O PMI é uma ferramenta que permite que empresas com expertise na área de projetos proponham modelos de funcionamento do empreendimento, elencando e esclarecendo as questões jurídicas e de negócios. Ele será publicado no Jornal Oficial do Município de Londrina e deve permanecer 30 dias aberto, para atrair as empresas interessadas em participar. A empresa vencedora terá 120 dias para elaborar todo o projeto e estudo de viabilidade, ou seja, até o final deste ano.

Após finalizado o estudo, a Cohab-Ld terá um Termo de Referência pronto para abrir um edital de Concorrência Pública para a seleção de um sócio no empreendimento, o que deve acontecer no início de 2023. Assim, ela poderá propor uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), com um investidor da iniciativa privada. Este último ficará responsável pelos investimentos e administração do parque. “A Cohab-Ld será sócio do parque junto com um investidor privado e a ideia é que o patrimônio que ela tem hoje, a área, se valorize muito e a Cohab passe a auferir recursos pela instalação de empresas e indústrias e passe a ter uma fonte de renda para a vida toda. É um projeto de grande porte, transformador e que tem na área da tecnologia da informação um fundamento econômico muito forte e o que se pretende é criar um espaço para um salto de crescimento”, explicou o secretário de Gestão Pública, Fábio Cavazotti e Silva.

Outras iniciativas – No Brasil já existem alguns parques tecnológicos semelhantes ao que a Prefeitura de Londrina quer implantar aqui. Somente no Paraná são 28. Entre os principais estão o Parque de Software de Curitiba; Tecnoparque da PUC de Curitiba; Parque Tecnológico Itaipu (PTI); Parque Tecnológico Biopark de Toledo; Parque Tecnológico (Tecpar); Parque Tecnológico de Pato Branco; Parque Tecnológico Cidade dos Lagos de Guarapuava; Parque Tecnológico de Londrina; e o Parque Tecnológico de Cornélio Procópio.

O Município de Florianópolis conta com um chamado Sapiens, que está servindo de exemplo para o londrinense. Ele tem uma área total de 430 hectares, 257 unidades condominiais com matrículas independentes, e um potencial construtivo de 1,3 milhões de metros quadrados. Há espaço para biblioteca, estúdio de cinema, cultura, eventos, lazer, esportes, circuito multiuso, lagos sustentáveis, Inovalab, Instituto de Petróleo, gás e energia; entre outros.

Com informações do N.Com

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