Debate entre os candidatos do Paraná, na Band, foi tedioso e sem propostas claras
Confesso que fiquei com pena da emissora Band no Paraná.
A empresa abre um pusta espaço para o primeiro debate entre os candidatos ao governo do Estado. Um espaço nobre, domingo à noite. Era para ser um baita evento para se discutir proposta de governo. Diferenças de posturas entre os candidatos, etc.
É certo que há muitos anos – e falo isso porque realmente acompanho debates políticos – estes enfrentamentos vem ficando cada vez mais pobres em informação e em qualidade.
O atual governador Ratinho Jr, alegando agenda no norte do Estado, não compareceu.
No total, o debate teve a presença de oito candidatos: Adriano Teixeira (PCO), Angela Machado (PSOL), Joni Correia (DC), Professor Ivan (PSTU), Roberto Requião (PT), Ricardo Gomyde (PDT), Solange Bueno (PMN) e Vivi Motta (PCB).
Em alguns momentos parecia que o evento estava acontecendo no final dos anos 70 e início dos 80, com candidato pregando a estatização de mais de 100 empresas, com discursos tão desconectados com o século 21 que chegou a ser cômico.
Pelo óbvio, o governo Ratinho Jr foi atacado pelos presentes, no entanto, quase nada de proposta minimamente crível para contrapor com o atual governo foi apresentada.
De mais a mais, a impressão é que a maioria dos presentes não se preparou para o debate. Foram raros os momentos em que se mantiveram dentro dos tempos de pergunta e resposta. Em vários casos os candidatos não conseguiram fazer as perguntas em 30 segundos, ficando incompreensível o que realmente queriam questionar aos adversários.
Adriano Teixeira, candidato do PCO, defendeu a extinção total da polícia e a organização da população em comitês de segurança. “Defendemos a extinção da política que a população em bairros se organize localmente, escolhendo pessoas para serem responsáveis pela segurança,” propôs.
O candidato do DC, Joni Correa, chegou a dizer que “pessoas de esquerda defendem o uso de drogas” e por isso defendeu o policiamento em escolas. “Estamos vendo uso de drogas dentro das escolas, gente de esquerda defendendo o uso licito de drogas e nas escolas fica pior com o esquerdismo dentro das escolas. Para isso, é necessário fazer policiamento ostensivo nas escolas que geralmente é o centro da distribuição.”
O pedágio também entrou na baila. Houve críticas ácidas ao fato de o governo não ter concluído a licitação, “empurrando com a barriga” para depois das eleições.
A candidata do PSOL, Professora Ângela, disse que a proposta da sua candidatura é acabar com os pedágios. “Nossa proposta é rodovias livres de pedágio. Temos a experiência de empresas que burlavam contratos e resultava para nós, tarifas altíssimas. É preciso inverter as prioridades, passar a taxar os grandes empresários e acabar com a farra das isenções ficais. Em nosso governo teremos rodovias livres de pedágios.”
Requião também falou muito sobre o pedágio, mas é bom lembrar que quando foi eleito governador usando este tema dizia: “Ou o pedágio abaixa ou acaba”. nem acabou nem baixou.
Enfim, foram duas horas para entrar na história dos debates que não valeram a pena.
Eu não assisti, mas pelas observações foi desastroso. Pretendo assistir.
O Ratinho não compareceu porque sabe que vai se reeleger no primeiro turno.
O nível dos candidatos ao parlamento também está péssimo, percebe-se o despreparo intelectual e uma experiência anterior importante que o torne apto a cumprir um mandato no parlamento, seja no Congresso ou no Legislativo Estadual.
Hauly, por exemplo, um homem de direita, mas preparadíssimo, assim como a Desirée Salgado, candidata ao Senado pelo PDT. São pessoas com nível, capacitadas.
O ideal seria compor um Parlamento, seja nas Câmaras de Vereadores, Legislativo Estadual e Congresso com pessoas de direita e esquerda, mas sem aquele fanatismo, aquele viés ideologicamente atrasado, retrógrado, essa mistura entre religião e política, bancada da bala, do boi, da Bíblia que acaba sendo empecilho para um debate profícuo que poderia ocorrer entre indivíduos do espectro da direita e esquerda, sem extremismos, porque a sociedade acaba sendo prejudicada pela ausência na qualidade dos candidatos erroneamente eleitos e reeleitos para piorar. E o cenário tende a repetir 2018, com uma chance de reeleição do inominável, graças à PEC da compra de votos. A ver.
Acho até fácil constituir bancadas da direita sem aquele fanatismo, aquele viés ideologicamente atrasado, retrógrado, essa mistura entre religião e política, bancada da bala, do boi, da Bíblia etc, o duro é convencer a bancada da esquerda a não esfolar o povo com cobrança de contribuição sindical por parte dos sindicatos, sem cobrança de carteira de estudante por parte da UNE, sem cobrança de taxas bancárias absurdas já que temos o PIX, sem o Estado ter que bancar artistas, sem ter que ganhar apartamentos e sítios por fazer favores aos amigos empreiteiros, sem ter que bancar obras em outros países com dinheiro do povo brasileiro e ainda levar calote, sem cobrar pixulecos de 3%…..enfim, difícil viu.