Gestão ou improviso?

E é por conta destas decisões que um servidor da prefeitura de Londrina, que entende muito do segmento da educação, fez umas contas e mandou para o blog. Obviamente, a prefeitura pode contestar os números assim que terminar o ponto facultativo:

Na sexta-feira à noite, véspera do feriado prolongado da Rede Municipal de Educação, o prefeito de Londrina anunciou que cinco escolas funcionariam em regime de plantão na segunda e terça-feira para que os pais tivessem onde deixar seus filhos.

A ideia pode parecer uma solução rápida, mas a decisão revela um grande problema de gestão: a falta de planejamento. Algumas perguntas básicas não foram respondidas:

📌 Quantas crianças seriam atendidas em cada escola? Só na região Norte da cidade são mais de 10 mil alunos. Todos poderiam ir? Uma escola comporta 500 crianças em um dia sem aula?

📌 Como seria a estrutura do atendimento? Seriam usadas salas de aula? Que atividades seriam oferecidas? As crianças com deficiência teriam apoio necessário?

📌 Haveria merenda escolar? Se sim, com qual recurso? O PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) só pode ser usado em dias letivos.

📌 E os professores? As horas extras serão pagas com recurso do Fundeb? Fundeb é para ensino, não para improviso.

Além disso, há um desrespeito claro ao calendário educacional. Professores precisam de descanso! Sim, os pais devem ter tranquilidade para trabalhar, mas não podemos esquecer que o Prefeito retirou o feriado de Carnaval da cidade.

O que essa decisão demonstra? Que o jovem prefeito cedeu à pressão. Diante de empresários e trabalhadores, escolheu atender a demanda dos empresários. Diante da pressão popular, sacrificou a legalidade do sistema educacional em um momento em que deveria estar convocando mais professores e respeitando a Rede.

Gestão pública exige planejamento e respeito. Sem isso, ficamos reféns de decisões tomadas no susto. E improviso não é gestão.