José Hosken de Novaes – o homem que não se corrompeu
O jornalista e escritor José Antonio Pedriali lança nesta quinta-feira (2) o livro “José Hosken de Novaes – o homem que não se corrompeu”, biografia de um dos homens públicos mais marcantes da história do Paraná.
Mineiro de Carangola e formado em Direito pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1939, Hosken chegou a Londrina no ano seguinte, iniciando uma respeitável carreira como advogado, que o levou, após defender proprietários, meeiros e arrendatários no início da processo de colonização do Norte do Paraná, a chefiar, na década seguinte, a comissão encarregada pelo governador Bento Munhoz da Rocha de solucionar os conflitos fundiários do Sudoeste do Estado. No governo de Munhoz da Rocha, Hosken foi procurador-geral do Estado e secretário de Finanças, funções que o impediram de assumir o mandato de vereador em Londrina, que obteve em 1955.
Hosken projetou-se, assim que chegou a Londrina, como articulista do jornal “Paraná Norte” e por se engajar em ações comunitárias, entre elas a construção da Santa Casa, entidade que defendeu juridicamente durante anos – e gratuitamente. Ele foi um dos fundadores da Faculdade de Direito de Londrina e, em 1963, elegeu-se prefeito. Sua administração focou principalmente obras de infraestrutura, como o fornecimento de água e saneamento e pavimentação. Foi idealizador do Sercomtel, serviço de telefonia de Londrina. Em 1978, assumiu a vice-governadoria do Paraná, respondendo pelo governo nos meses finais do mandato do titular, Ney Braga, que disputou sem êxito uma vaga no Senado. Sua passagem pelo Palácio Iguaçu foi marcada pela austeridade, que incluiu o pagamento por ele dos alimentos que consumia em serviço.
O livro de Pedriali revela passagens saborosas da vida de Hosken, como seu casamento, realizado numa manhã de segunda-feira (o noivo chegou atrasado), os ensaios que fazia antes das audiências judiciais, a paixão pela leitura, que resultou numa das maiores bibliotecas particulares do Paraná, seus hábitos noturnos – entre eles, visitar amigos, ler e cortar os cabelos. E destaca o desapego aos bens materiais, que o levou a se desfazer de seu patrimônio para custear a vida pública, as ações humanitárias e o zelo pela ética, ponto alto de sua carreira e que inspirou o subtítulo do livro.
José Hosken de Novaes morreu em 2006, aos 88 anos.
O livro tem o patrocínio do Promic – Programa Municipal de Incentivo à Cultura.
“José Hoken de Novaes – o homem que não se corrompeu”
José Antonio Pedriali
Local: Museu Histórico de Londrina (entrada pela Rua São Paulo)
A partir das 19 horas
Editora Casa Itália
291 páginas
R$ 40,00
Disponível no Sebo Capricho e Estante Virtual (www.estantevirtual.com.br)
Me lembrei de uma entrevista de uma antiga líder dos professores da rede estadual. Segundo ela, o ex-governador Hosken de Novaes foi o único governador que, mesmo depois de acordo que pôs fim a um greve, mandou a Polícia Federal investigar os dirigentes do sindicato profissional que comandou essa greve. Isso ninguém fala!
Esse Pedrialli é uma máquina de produção de livros. E não poderia ter escolhido melhor do que o doutor Hosken para biografar.
O arenista (aquele que pertencia à Arena, o partido da ditadura militar) José Hosken de Novaes foi um político do tempo em que não havia Lei da Transparência. Bons tempos aqueles…
De tudo que li nos últimos dias a respeito do ex-governador José H. de Novaes, ficou-me uma pergunta: – Será que ex-governador, lá onde está, concorda com o uso de dinheiro público na escrita de sua biografia? Afinal o livro lançado tem financiamento do Promic, dinheiro do contribuinte.
Parece não haver dúvida que o ex-prefeito era conservador, cristão e um empreendedor respeitado. Também ninguém deve negar que o advogado Hosken Novaes politicamente se situava no campo da direita. Mas, gente, dá pra comparar o ex-prefeito com os atuais líderes da direita de Londrina. Dá pra comparar o dr. Hosken de Novaes com Jessicão, Santão e Filipe Barros? Parece fácil concluir que o dr. Hosken representava uma direita civilizada, a direita de Londrina hoje representa a barbárie bolsonarista, a pior versão do conservadorismo pé-vermelho.