
A recente crise de uma instituição de assistência social em Londrina é mais que um caso isolado; é um sintoma alarmante do momento político e social que a cidade atravessa. O que vemos, e precisamos discutir abertamente, é um ataque silencioso, mas implacável, à rede de proteção social que sempre foi uma marca de nossa comunidade.
O primeiro ponto a ser analisado, sem complacência, é a falha histórica da esquerda em Londrina. Em tempos de poder, não foi construída uma estrutura de assistência robusta e independente. A dependência de doações e da boa vontade da comunidade, especialmente de instituições religiosas, tornou esses serviços frágeis. Quando a base de apoio se fragilizou, a vulnerabilidade se expôs, mostrando que a assistência social foi, por muito tempo, mais uma caridade do que uma política pública sólida.
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No entanto, o problema atual é ainda mais perigoso. O avanço de um discurso de extrema-direita, que nega a humanidade dos mais vulneráveis, vem ganhando terreno em nossa cidade. A narrativa de que pessoas em situação de rua ou de pobreza são “vagabundas” ou “improdutivas” não é apenas cruel, é um projeto político. Ele busca desumanizar para justificar o desmonte.
Aqui, o exemplo mais claro é a proposta de fundir secretarias de assistência social. Essa medida não é fruto de desatenção ou de uma busca por eficiência. É, na verdade, a individualização da pobreza. A gestão municipal sinaliza que problemas sociais como a assistência à mulher, ao idoso e às famílias em vulnerabilidade não são responsabilidade do município, mas sim de cada núcleo familiar. É a velha máxima de que “cada um deve se virar”.
Essa política é uma tentativa de desmantelar a proteção social. Ao culpar a vítima, a prefeitura tenta se isentar de sua responsabilidade, jogando para a sociedade o fardo de cuidar de quem o poder público deveria proteger. E o mais triste é ver parte da população de Londrina, uma cidade com tradição de solidariedade, comprando essa ideia. A empatia está sendo substituída pela indiferença, e o senso de comunidade, pela exclusão.
Se não houver uma mobilização urgente da sociedade civil, outras instituições essenciais que atendem as famílias que mais precisam vão fechar. O que está em jogo não é apenas o destino de uma única instituição, mas a essência de Londrina: a capacidade de nos enxergarmos como uma única comunidade. É hora de gritar para que o projeto de desmonte seja interrompido, antes que seja tarde demais.
Laurito Porto de Lira Filho é integrante da Associação de Ex-Alunos da UEL














3 comentários
o q dizer?
Vou te responder apenas com um link, em quem o pessoal da instituição votou https://www.facebook.com/share/p/16DEi7oH9P/
Segue
Quem assinou a representação ao MP por conta da contratação de empresa de medicamentos pelo governo Marcelo Belinati pelo casal de assessores maringaenses do ex prefeito.
https://www.instagram.com/p/DBPZhLuMBZO/?hl=am-et
É funcionária do SOS Bom Samaritano.
Glaucia
PERFEITO.
A esquerda e a direita do campo democrático, foram duramente atingidas pela ascensão da extrema-direita. A extrema-direita mundial financia a extrema-direita periférica.
De modo especial, a esquerda conquista o parlamento e o executivo pelo País, com o discurso de combate à corrupção, combate às benesses e privilégios da casta política. No entanto, foi absorvida pelo sistema, e hoje também se locupleta do poder. Se corrompeu.
Mas, é importante salientar que a esquerda é minoria no parlamento municipal, estadual e federal, mesmo que tenha bons projetos, não passa.
O povo escolhe, o povo elege, geralmente os piores, cada vez mais.
Não são mais eleitores, mas seguidores fanáticos de políticos. Votam por votar ou votam na cegueira ideológica.
A mudança está nas mãos do eleitorado. A urna tem poder. Precisa aprender a usar.
2026 será um teste para o eleitorado, que está assistindo e sendo afetado pelo desmonte do Estado, está assistindo os traidores da Pátria conspirarem contra o País.
O que está acontecendo com esse abrigo, é reflexo do projeto privatista de governos.
Em quem será que a equipe do abrigo votou?