Odebrecht na lona: Pedido de Recuperação Judicial é a maior da história

Empresa está sem alternativas para resolver seu problema de liquidez financeira Foto: JF Diorio/ESTADÃO

do Estadão

O pedido de recuperação judicial feito pela Odebrecht SA, nesta segunda-feira, 17, na 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial, desmonta um dos maiores impérios que o Brasil já teve. Com dívidas de R$ 98,5 bilhões (incluindo empréstimos intercompanhias), a empresa – que já foi símbolo da bonança da economia brasileira – agora é responsável pela maior recuperação judicial da história do País – e da América Latina.

Desde que virou um dos pivôs do maior escândalo de corrupção do Brasil, a Operação Lava Jato, o conglomerado vem sofrendo um revés atrás do outro. Nesse período, os contratos minguaram e a dívida ficou grande demais para o novo tamanho do grupo baiano, que não teve outra alternativa a não ser recorrer à Justiça para se proteger do ataque dos credores.

O pedido feito nesta segunda-feira inclui 21 companhias, incluindo a Kieppe e a ODBinv – controladoras da Odebrecht. As empresas operacionais, como Engenharia e Construção, Enseada e OR (braço imobiliário do grupo), ficaram de fora da recuperação, segundo comunicado da empresa. Desta forma, elas continuarão renegociando suas dívidas separadamente.

Dos R$ 98,5 bilhões, R$ 51 bilhões serão de fato renegociados com os credores; R$ 33 bilhões são de empréstimos intercompanhias; e R$ 14,5 bilhões são alienação fiduciária – boa parte referente a dívidas garantidas com ações da Braskem. Segundo especialistas no assunto, embora esse montante esteja fora da recuperação judicial num primeiro momento, os credores poderão aderir ao processo posteriormente. Isso significa que, no total, R$ 83,6 bilhões poderão ser renegociadas no âmbito judicial.

O pedido feito pela Odebrecht começou a ganhar mais força na semana passada. A empresa tentava de todas as formas escapar de uma recuperação judicial por acreditar que o processo destrói valor da empresa. Mas, com a pressão promovida pela Caixa Econômica Federal nos últimos dias, o grupo sucumbiu à necessidade de recorrer à Justiça. Nesta segunda-feira, antes de seguir para o Fórum, em São Paulo, advogados e executivos do grupo ficaram reunidos durante boa parte do dia. O despacho com o juiz estava marcado para as 16 horas. Quase 50 minutos depois, o pedido já havia sido protocolado pelo escritório E. Munhoz. (leia mais)

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Um comentário

  1. Satanás

    A empresa na lona, milhares de trabalhadores desempregados diretos e outros tantos indiretos, mas os executivos delatores (escolhidos a dedo pela empresa sob a coordenação da lava jato) ahhhhhh… estes continuam milionários e vivendo em liberdade total. Este é o preço que a empresa está pagando por ter doado dinheiro ao PT. Tivesse doado só aos adversários do PT com certeza teria sobrevivido à lava jato com tranquilidade. Mas a lava jato garantiu o sucesso do ministro Moro e a vitória do capitão Messias B.

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