A doença e o remédio
Paulo Hartung, atualmente sem partido e ex-governador do Espírito Santo por três vezes, fez um diagnóstico sobre a realidade do país, esta semana, que a maioria não tem coragem de assumir:
“Passou da hora de o Estado brasileiro deixar de ser a única solução para tudo. Não somente porque os governos não queiram mais esse perfil, mas porque chegaram ao fim os recursos para tal. Não há dinheiro para que a viúva siga sendo a mãe generosa de todos. União, Estados e municípios estão quebrados e sem de onde tirar um centavo a mais.
Adiante, acrescentou: “Não podemos mais olhar os absurdos das mordomias e do desperdício do dinheiro público, fingindo que não existem, porque não temos mais de onde tirar. Isso tem que acabar.”
Finalizou: “Se não desamarrarmos essa corrente que o Estado brasileiro tem nos pés e não crescermos, vai faltar dinheiro para custear o mais elementar. Se as mudanças não ocorrerem, seremos um arremedo de nação, irrecuperável, muito pior ainda do que já estamos.”
Paulo Hartung, sem partido mas cabo eleitoral do Luciano Hulk a presidente. Proposta de quem quer ser governo mas não gosta de trabalhar. Enquanto os milionários de um país rico mas com uma população cada vez mais pobre se apegam à proposta do estado mínimo, na Europa, o governo de Berlim vai recomprar seis mil imóveis para frear o aumento do aluguel na cidade. Fosse o Paulo Hartung o chefe de governo de Berlim, certamente diria: “O aluguel em Berlim está alto mas que se dane o morador da cidade”.