Pelo segundo ano, a campanha AMAMA visa adquirir próteses a preço de custo para atender mulheres em tratamento contra o câncer de mama
Da assessoria
Em alusão ao Outubro Rosa de conscientização ao câncer de mama, a Associação Médica de Londrina lançou em 2024 a campanha “AMAMA – Ama a Mama”, que visa arrecadar recursos para a aquisição de próteses destinadas à reconstrução mamária de mulheres que passaram pelo tratamento do câncer de mama no Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa retorna em 2025 com a opção de contribuição voluntária.
Para participar, basta doar a quantia desejada para a chave-pix CNPJ 78.641.859/0001-77 e enviar o comprovante para o WhatsApp (43) 3341-1055 da secretaria da AML com a mensagem “CAMPANHA AMAMA”. A iniciativa está aberta à participação de médicos, acadêmicos, laboratórios, centros médicos e hospitais, empresas e a comunidade em geral.
Os recursos arrecadados serão utilizados para a compra de próteses mamárias com valores diferenciados, negociados diretamente com os fabricantes. Hospitais credenciados poderão utilizar o crédito adquirido durante a campanha para a compra das próteses.
Serão beneficiadas mulheres que estão na fila do SUS para a reconstrução mamária, que poderão realizar a cirurgia com mais rapidez, recuperando, assim, sua autoestima e qualidade de vida.
Segundo o 1° vice-presidente da AML, Dr. Marco Aurélio Cruciol, idealizador da campanha, esta ação social da AML é um ato de solidariedade, que irá ajudar mais mulheres a vencerem o câncer de mama e a retomarem suas vidas com agilidade.
“A AMAMA ainda tem um impacto social, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das pacientes oncológicas. Além disso, a Associação Médica de Londrina garante a transparência na gestão dos recursos arrecadados”, diz o Dr. Cruciol, que percebeu a necessidade das próteses na sua rotina de trabalho, ao realizar diversas reconstruções mamárias como cirurgião plástico.
Em 2025, foram arrecadados cerca de R$ 3 mil em doações, que serão contabilizados com as doações deste ano para a aquisição das próteses.
Câncer de mama no Brasil
Segundo o último relatório do Instituto Nacional do Câncer (INCA), publicado em 2024, são estimados no Brasil 73.610 novos casos de câncer de mama entre 2023 e 2025, com uma taxa ajustada de incidência de 41,89 casos por 100.000 mulheres. O câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil.
Ainda conforme o relatório do INCA, a incidência de câncer de mama aumenta com a idade, e a maior parte dos casos ocorre a partir dos 50 anos. Homens também desenvolvem câncer de mama, mas estima-se uma incidência nesse grupo de apenas 1% de todos os casos da doença.
Em 2025, o Ministério da Saúde passou a recomendar o acesso à mamografia, via SUS, para mulheres de 40 a 49 anos, mesmo que não haja sinais ou sintomas de câncer de mama. De acordo com a pasta, a faixa etária concentra 23% dos casos da doença e a detecção precoce aumenta as chances de cura.Até então, a orientação era que o exame fosse feito a partir dos 50 anos.
A medida faz parte de um conjunto de ações voltadas para a melhoria do diagnóstico e da assistência. A recomendação para mulheres a partir dos 40 anos é que o exame seja feito sob demanda, em decisão conjunta com o profissional de saúde.
“A paciente deve ser orientada sobre os benefícios e desvantagens de fazer o rastreamento. Mulheres nesta idade tinham dificuldade com o exame na rede pública de saúde por conta da avaliação de histórico familiar ou necessidade de já apresentar sintomas”, informou o ministério em nota.
As mamografias via SUS em pacientes com menos de 50 anos, de acordo com a pasta, representam 30% do total, o equivalente a mais de 1 milhão apenas no ano de 2024.
Rastreamento ativo
Outra medida anunciada pelo Ministério da Saúde é a ampliação da faixa etária para o rastreamento ativo, quando a mamografia é solicitada de forma preventiva a cada dois anos. A idade limite, até então, era 69 anos. Agora, passa a ser 74 anos. Dados do ministério revelam que quase 60% dos casos de câncer de mama estão concentrados entre 50 e 74 anos. Os números mostram que, em 2024, cerca de 4 milhões de mamografias para rastreamento e 376,7 mil exames diagnósticos foram realizados no SUS.
Segundo as Diretrizes para a Detecção Precoce do Câncer de Mama, ratificadas em 2023 pelo INCA, a mamografia de rastreamento tem finalidade diagnóstica e é indicada principalmente para avaliar alterações mamárias suspeitas em qualquer idade, em mulheres e homens.
O tratamento do câncer de mama depende da fase em que a doença se encontra e do tipo do tumor. As modalidades de tratamento para esse câncer incluem: cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica (terapia-alvo e imunoterapia).
De acordo com artigo publicado na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica em 2021, reconstruir a mama possibilita à mulher mastectomizada uma chance de amenizar o impacto causado pelo câncer, porém o número de cirurgias reconstrutoras da mama ainda está muito aquém do necessário, deixando a maior parte das mulheres brasileiras com sequelas da mastectomia por muito tempo.