Em termos de Liberdade de Expressão, Brasil só está à frente da Nicaragua, Cuba e Venezuela na América Latina
do Media Talks
O cenário para jornalistas, profissionais da mídia e para a sociedade piorou no Brasil em 2021, segundo o Índice de Liberdade de Expressão e Imprensa Chapultepec, da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol), apresentado esta semana pela organização sediada em Miami.
Em uma lista composta por 22 países, o Brasil ocupa a 19ª posição, atrás apenas da Nicarágua, Cuba e Venezuela. E, apesar de não ter mudado de classificação na comparação com a análise de 2020, o país perdeu 5,6 pontos no último ano, obtendo apenas 31,60 do total de 100.
“O discurso autoritário do Poder Executivo não só atinge a imprensa com constantes ataques e ofensas, como também deteriora a já frágil democracia no país”, destaca a organização, indicando que esse é o Poder que exerce a maior influência no jornalismo brasileiro.
O Índice Chapultepec avalia quatro critérios para medir a situação da liberdade de expressão nas Américas: cidadania informada; exercício do jornalismo; controle da mídia; e violência e impunidade.
O relatório ajuda a SIP a desenvolver projetos de interesse público e liderança que, ao mesmo tempo, gerem valor agregado e impacto social, diz a organização.
“Os resultados anuais do Índice, além de se tornarem referências para a informação jornalística, apontam as áreas em que devemos promover reformas de políticas públicas na busca de fortalecer a liberdade de imprensa e de expressão.”
Nos dados coletados entre 31 de julho de 2020 e 1º de agosto de 2021, o Uruguai ficou com a pontuação mais alta (84,10 pontos). Chile (82,06) e Jamaica (78,36) fecham as três primeiras posições da tabela.
Na análise brasileira, a SIP concluiu a atuação do jornalismo é “bem restrita” no país. O Índice destaca o papel que o Poder Executivo parece desempenhar na “desinformação promovida por grupos organizados e o controle do fluxo de informações”, agravando esse cenário.
“Em resposta a isso, fortaleceu-se a coesão da mídia em defesa dos princípios democráticos e da liberdade de expressão”, diz o relatório.
Os piores desempenhos do Brasil foram nas avaliações de Cidadania informada e livre para se expressar e Violência e impunidade.
A organização destaca que o processo de deterioração das liberdades de expressão e imprensa não é “exatamente novo” no país. Mas, embora histórico, intensificou-se a partir de 2018 com a eleição do presidente Jair Bolsonaro:
“Jornalistas e meios de comunicação, com raras exceções, foram identificados pelo chefe do Executivo e seus aliados como adversários a serem enfrentados.
Episódios de ataques a jornalistas e empresas de mídia tornaram-se recorrentes, assim como a implementação de uma política seletiva de distribuição de recursos publicitários e controle flagrante dos canais de comunicação pública como se fossem propriedade do Estado.”
Nesse ambiente já inóspito para o trabalho da imprensa, a SIP acrescenta que a pandemia de covid-19 se tornou “mais uma trincheira” no Brasil:
“De um lado, autoridades de saúde, mídia, Supremo Tribunal Federal (STF), parte significativa do Congresso Nacional e governadores de estados; de outro, o governo federal.”
Mesmo com os desafios impostos nos últimos quatro anos, o relatório avalia que a imprensa brasileira cumpriu seu papel de combate à desinformação e prestação de serviços de interesse público durante a crise sanitária, apesar da postura hostil dos governantes. E alerta:
“Num contexto de crise, intensificado pela pandemia da covid-19, aprofundou-se o processo de degradação das garantias da liberdade de expressão.”
Mas que enorme quantidade de besteiras, se tem uma coisa que existe no Brasil é liberdade de imprensa jornalistas falam o que bem entendem desde que não sejam criticas aos supremos. Agora se falta de dinheiro do governo é cerceamento de liberdade aí sugiro que troquem de profissão.
O problema não é falta de dinheiro. O problema ocorre quando a distribuição do dinheiro (que é público) atende a interesse privado e sua distribuição não atende a interesse público. Em resumo: aos amigos muito, aos considerados adversários, pouco ou nada. Mas o presidente está até amaciando a Globo com milhões neste ano. Além dos ataques verbais rotineiros do genocida aos jornalistas e algumas empresas de comunicação que não comem no seu prato, a distribuição do dinheiro para propaganda pública e pessoal seguia pra gente do tipo Sikera Jr. & Ratinho e para emissoras do tipo Record & Jovem Pan.