Entidades de Londrina pedem na Câmara que vereadores votem contra fusão das secretarias do Idoso, das Mulheres com a Assistência Social

Entidades de Londrina pedem na Câmara que vereadores votem contra fusão das secretarias do Idoso, das Mulheres com a Assistência Social
Sueli Galhardi, presidente do Conselho dos Direitos das Mulheres

Hoje a de Vereadores de retomou as sessões.

E já no primeiro dia, uma reivindicação de diversas entidades de Londrina para que os vereadores votem contra a extinção das secretarias do Idoso e da , que seriam no projeto do Tiago Amaral, incorporadas à Secretaria de Assistência Social.

A presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres, Sueli Galhardi, representando as demais entidades, subiu ao púlpito para ler a carta abaixo:

Boa tarde, Exmos. Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras.

Agradecemos o espaço a nós concedido e em nome dos Conselhos Municipais dos Direitos da Pessoa Idosa, da Mulher, da e do Conselho Regional de Serviço Social, nos dirigimos a todos e todas com um apelo urgente para a preservação e fortalecimento das políticas públicas voltadas para a pessoa idosa, a mulher e a assistência social em Londrina.

Essas políticas representam pilares essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, que vem sendo consolidadas ao longo de décadas e de esforços coletivos em nossa cidade. No entanto, a recente decisão do Prefeito Tiago Amaral de extinguir as Secretarias Municipais do Idoso e das Políticas para Mulheres, por meio da suposta “fusão” em uma única pasta, compromete não só a continuidade das ações já bem-sucedidas, mas também os direitos conquistados por grupos marginalizados.

É importante destacar que, durante sua campanha, o prefeito se comprometeu explicitamente com o fortalecimento das políticas para a pessoa idosa e para as mulheres, tanto em seu programa de quanto em carta assinada ao Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, onde firma o “fortalecimento da Secretaria Municipal das Políticas para Mulheres, garantindo estrutura, orçamento, recursos humanos e uma gestora exclusiva para a pasta, com reconhecida experiência em gestão de políticas públicas para as mulheres, com perspectiva de gênero”. Foi com isso que se elegeu e é isso que deve cumprir.

No entanto, a decisão tomada em janeiro deste ano de extinguir as duas secretarias e centralizar suas funções em uma única pasta representa um retrocesso gravíssimo. A sociedade, as organizações de defesa dos direitos dessas populações e os conselhos estão perplexos com a falta de justificativa clara para tal medida e a ausência de diálogo com a sociedade.

Essa centralização de funções não pode ser vista como uma “integração” das políticas, como se está tentando justificar. Pelo contrário, a fusão das secretarias comprometerá o atendimento das demandas específicas de cada grupo, que possuem características e necessidades óprias. A pessoa idosa, a mulher e os grupos em situação de vulnerabilidade e risco social exigem políticas especializadas, com profissionais capacitados, recursos adequados e estrutura específica para o atendimento dessas demandas.

A medida também desrespeita os princípios democráticos que devem nortear a construção de políticas públicas. Políticas eficazes são fruto da participação social, do debate aberto e do reconhecimento das necessidades da população. Londrina se tornou um exemplo de boas práticas justamente pelo envolvimento da sociedade civil e pelo fortalecimento das secretarias específicas. A fusão das secretarias, além de enfraquecer o participativo, compromete todo um esforço de anos que resultou nas políticas atuais.

Gostaríamos de reforçar que a denominada “fusão” dessas secretarias coloca em risco as demandas específicas da Política da Pessoa Idosa e da Política das Mulheres dentro da complexidade da Assistência Social. A Assistência Social engloba uma ampla gama de serviços, incluindo crianças, adolescentes, pessoas em situação de rua e outras em extrema vulnerabilidade e risco social. Ao reunir todas essas demandas sob uma única gestão orçamentária, há um desvio explícito dos direitos sociais próprios das pessoas idosas e das mulheres. Isso compromete de maneira irreversível os avanços conquistados até o momento, tornando-se uma verdadeira exclusão dessas políticas.

Além disso, a proposta desconfigura o SUAS em nível de execução local, fere a nacional que institui a política de Assistência Social como política setorial e desconfigura a oferta de serviços e benefícios que se constituem em seguranças afiançadas pela política pública de Assistência Social.

Por fim, lemramos Vsas Sras. que, em Londrina, 52% da população é composta por mulheres (aproximadamente 292 mil pessoas), e 18% por pessoas idosas (cerca de 102 mil pessoas). A exclusão ou subordinação dessas políticas a uma única pasta configura não apenas um retrocesso, mas também um indicativo de misoginia, idadismo e aparofobia, práticas que contradizem os valores de uma sociedade democrática e justa.

Portanto, lançamos um apelo público para que Vossas Excelências, como representantes legítimos da população, se posicionem firmemente em defesa das Secretarias Municipais do Idoso, das Políticas para Mulheres e da Assistência Social, como consolidadas ao longo das últimas 3 décadas. Essas pastas devem ser mantidas com suas estruturas atuais e orçamentos adequados, para que possam continuar cumprindo seu papel vital na promoção dos direitos e da dignidade dos cidadãos londrinenses. O retrocesso que representa a chamada “fusão” dessas secretarias não é apenas um grave erro político e administrativo, mas um retrocesso social que afetará diretamente os segmentos mais vulneráveis da nossa população.

Em nome de todos daqueles e aquelas que dependem dessas políticas, bem como da sociedade esclarecida que compreende claramente os efeitos deste retrocesso, solicitamos o apoio incondicional de Vossas Excelências para reverter essa decisão e garantir o fortalecimento das políticas públicas que, ao longo dos anos, construíram uma Londrina mais justa e solidária.

POLÍTICAS NÃO SÃO SERVIÇOS E NÓS NÃO SOMOS UMA PLAQUINHA

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Um comentário

  1. Olympe de Gouges (1748-1793) já defendia direitos da mulher

    Queremos saber a posição da Luiza Canziani em relação a fusão e fim da Secretaria da Mulher.

    Está calada!

  2. Ser grande é abraçar uma grande causa.

    Sueli Galhardi para Deputada Federal.
    A única defendendo a bandeira feminina e a permanência da Secretaria da Mulher.

    Onde estão Luiza Canziani, Cloara Pinheiro, Elenir e demais políticos ?

    Em 2026 vamos dar um não em quem deixar de defender essa luta. No passado muitas outras mulheres até perderam a vida por lutar e quebrar paradigmas na tentativa de assegurar um lugar ao sol.

    Hípica, Joana Duarte, Dandara, Maria Quitéria de Jesus, Nísia Floresta, Ada Lovelace, Marie Curie, Pagu, Virgina Woolf, Simone de Beauvoir, Katherine Johnson, Coco Chanel, Berta Lutz, Leila Diniz, Rose Marie Muraro, entre outras outras grandes mulheres.

    Aqui a ex deputada Elza Correia, as ex vereadoras Armanda Sabino Lopes, Vera Manela, Ligia Lumina Pupato, entre outras também importantes.

    Que a luz alcance Tiago, Luiza, Cloara…

  3. Natália Kischey

    A Cloara Pinheiro também se manisfestou pela permanência!!!!

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