Manda o leitor um artigo de 2020 em homenagem ao Centrão que há em cada Estado

Almir Pazzianotto, 24/12/2020

É inegável que desde 1988 o passou a conhecer fenômeno ignorado nas práticas políticas passadas. Refiro-me ao “é dando é que se recebe”, também conhecido como “toma lá dá cá”. O criador teria sido o federal e ministro Roberto Cardoso Alves.

Aliando-se ao deputado Ricardo Fiuza, do Partido da Frente Liberal (PFL), foi um dos ideólogos do Centrão, onde se congregavam as forças conservadoras da dos , sob a bandeira do “é dando-se que se recebe”.

A pulverização partidária, a ausência de compromissos ideológicos e a leviandade na administração dos interesses públicos, converteram a Câmara dos Deputados e o numa espécie de supermercado, onde se negocia apoio ou oposição ao Poder Executivo. Palavra, assinatura, honra e dignidade, podem ser comprados. Quando o presidente da República, de olhos na reeleição, falta de liderança e desprovido de partido próprio, pratica o toma lá dá cá, torna-se refém da Câmara dos Deputados e do Senado. É quando a negociação política de alto nível corre pelo ralo.

Cheguei à conclusão que o “é dando é que se recebe”, cuja origem foi atribuída maldosamente a São Francisco de Assis, é criação brasileira nascida com o “Centrão” ao longo dos trabalhos da Nacional Constituinte. Não o copiamos de outro país e não o herdamos de . É coisa nossa, como diz a música de Jorge Ben Jor.
Ressalvadas exceções, a política no Brasil parece ter caído em poder de , composto por praticantes do “é dando que se recebe” e do “toma lá dá cá”.
Até quando a nata da vida política, a desiludida juventude, mulheres e homens de bem consentirão que assim permaneça? É a pergunta que ouço nas ruas por onde passo.

*Almir Pazzianotto é jurista, professor e foi Ministro do trabalho do Sarney

 

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Respostas de 2

  1. Qual a diferença de vereadora que manda a mulher para o CISMEPAR e se empregar? Ou o vereador que pede doação em forma de ração para seus pequeninos pets? Ou os vereadores e vereadoras que fazem o beija mão para ganhar carguinhos e benesses para si e para os seus?
    Acontece só em Londrina? Acontece também no Judiciário e nos Operadores de Direito que circundam esses podres poderes?
    Quantos parentes de operadores de direito operam no poder adjacente ao seu?
    O país apodreceu e todos ainda acham que dá para fazer suco da manga já caída e que está derretendo por fungos e vermes no chão.

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