Segundo a reportagem,
Moro abriu mão de processo que investiga empresa controlada por familiar
Responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba (PR), o juiz federal Sérgio Moro abriu mão, na última segunda-feira (11), do processo que apura esquema de corrupção nos contratos de pedágio no Paraná durante a gestão do governador Beto Richa (PSDB). Ele alegou excesso de trabalho e que o caso não tem relação direta com a Petrobras, cujo esquema de corrupção é o objeto central das investigações do petrolão. Mas não citou que tem relação de parentesco com o presidente do conselho administrativo do grupo Triunfo, a principal empresa investigada por suspeita de fraudes nos contratos de pedágio.
A esposa de Moro, Rosângela Wolff Moro, é prima em segundo grau de Luiz Fernando Wolff de Carvalho, que ocupa o posto mais alto na Triunfo. O conselho está acima dos diretores-executivos e é responsável por decidir questões estratégicas do grupo, que controla a Econorte (concessionária de pedágio do Paraná alvo da investigação) e o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), entre outros empreendimentos.
A relação de parentesco foi levantada pelo professor Ricardo Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que pesquisa a genealogia da elite paranaense para detectar conexões. Ele conta que Rosângela e Luiz Fernando têm os mesmos bisavôs: Bernardo Wolff e Silvina do Amaral Wolff.
Além disso, Rosangela e Luiz Fernando são primos distantes de Beto Richa e Rafael Greca de Macedo, atual prefeito de Curitiba. “Todos descendem de Manoel Ribeiro de Macedo, um potentado do início do século 19″, informou o professor da UFPR ao Congresso em Foco.
Suspeição
Moro não é impedido de julgar o caso, pois o Código do Processo Penal (CPC) proíbe apenas a atuação de magistrados em casos com partes que têm até três graus de parentesco de si ou do cônjuge. Nesse caso, o parentesco é maior que isso. Especialistas consultados pelo Congresso em Foco, porém, acreditam que ele deveria se declarar suspeito. O CPC diz que há suspeição quando o juiz tem algum tipo de proximidade com alguma das partes do processo.
“Ele [Moro] deveria se declarar suspeito neste caso e em qualquer outro que houver relação de amizade com os envolvidos”, afirma Alvaro Quintão, presidente do Sindicato dos Advogados do Rio de Janeiro. Para ele, o juiz declinou do caso para evitar questionamentos sobre o parentesco.
O diretor do Instituto dos Advogados do Paraná (IAP), o advogado Guilherme Lucchesi, acredita que a justificativa de Moro para abrir mão do processo (a falta de conexão direta com a Petrobras) não é unanimidade entre as posições do juiz. “Em outros casos, a conexão, ainda que pontual, atraiu a competência da 13ª Vara Criminal dentro da Lava Jato”, disse. Lucchesi também afirma que, apesar de não ser obrigatório o reconhecimento do impedimento, a lei permite que o juiz se declare suspeito quando há situação de proximidade.
Mas o juiz Moro não se achou nada impedido ao anular o depoimento do réu Carlos Felisberto Nasser (que trabalhou na Casa Civil, praticamente ao lado de Beto Richa) que citou o ex-governador tucano em seu depoimento. Entendeu ou é preciso desenhar? Quem está acompanhando o caso deve se lembrar que Nasser afirmou que recebera recursos do Grupo Triunfo para campanhas eleitorais. Com certeza não era dindim pra campanha da Gleisi, do professor Lemos nem mesmo do Requião.
Já consigo ver a militância petista fazendo auê com isso. “Tá vendo coxinha paneleiro golpista? Seu juiz herói não quer nem tocar nos tucanos! Ah, como eu queria que o Gilmar Mendes fosse o juiz da Lava Jato…”
Rico defende parentes ricos e não gosta de pobre..
Ele não julga os parentes e os amigos tucanos,
Cem por cento parcial.
Parece que tem gente querendo dar uma forcinha para o Moro em sua justificativa pra não assumir o caso que envolve corrupção do chefão do PSDB no Paraná… O problema do PSDB e suas tietes é que esse caso nas mãos do Moro acaba ficando na mira da imprensa o tempo todo. O negócio é passar a encrenca para uma vara de um juiz desconhecido. Quem sabe nessa vara o processo acaba como o processo do trensalão tucano em São Paulo: no esquecimento até seu arquivamento pela prescrição dos crimes cometidos.
De novo os primos distantes ajudando Beto.
Desculpinha esfarrapada plantada na imprensa pra justificar a fuga do juiz justiceiro de um processo que poderia acabar na condenação de algum(ns) tucano(s). Esse parentesco da mulher do Moro com um cara da Triunfo não é impedimento legal do juiz assumir o caso. Aliás, se parentesco distante fosse caso de juiz se afastar de algum julgamento dos políticos da Casa Grande no Paraná, nenhum deles poderia ser julgado aqui no Estado. O que mais tem é gente no judiciário que é parente dos graúdos de nossa política. Estou errado?