Projeto “antidoutrinação” de alunos
Um novo projeto quer impedir que professores “doutrinem” alunos ideologicamente. A discussão começou a ser feita na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), na Comissão de Constituição e Justiça. Os deputados devem decidir antes, se o projeto está de acordo ou não com a Constituição. O projeto tem o título “Escola sem partido”. Este projeto “antidoutrinação” está sendo protocolado em vários legislativos estaduais e municipais. A proposta foi feita pelo Movimento Escola sem Partido e quer combater o que os deputados enxergam como instrumentalização da escola por grupos de esquerda. O projeto prevê os deveres dos professores, entre eles de não expor a opinião, concepções ou preferências ideológicas, morais, políticas e partidárias.
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Temos todo um sistema extremamente nocivo ao aluno da rede pública de ensino.
Não só ele está exposto a professores que literalmente militam em sala de aula – e podem tomar como verdade absoluta os ideais do partido/ideologia do professor, mas o próprio material didático do MEC é extremamente torpe.
Ele apresenta o grande mal do mundo como o empresário empregador e pagador de impostos. O “patrão”, que é sempre um gordo de cartola e charuto, com cara de mau, observando os trabalhadores, que são literalmente operários de linha de montagem do século XIX. Trabalhando 16 horas por dia, num trabalho mecânico, sem direitos nem nada. Praticamente um escravo que tem seu trabalho usurpado pelo patrão, a “mais-valia”. E o patrão, é claro, é quem dita os rumos da nação. É ele que corrompe o sistema político. O “interesse do capital”.
Enquanto isso, no socialismo, veja só, a grande diferença é que não tem patrão. Sim, alguma entidade coordena todo o processo de produção de valor, e os empregados, felizes, quase não trabalham e são todos efetivamente “ricos”. Tudo é de todos, e o governo magnânimo finalmente está livre de corrupção e pode finalmente agir em prol do povo. Sim, além de todo mundo ser rico, os serviços públicos são gratuitos e com eficiência dinamarquesa!
Essa merda toda enfiada na cabeça dos jovens em formação constrói adultos que desprezarão o trabalho, o “sistema”, a condição de empregado, e já que o “sistema” é contra eles, eles farão de tudo para burlar o “sistema” e levar vantagem em tudo.
Aí eles vão para o ensino superior, e especialmente em cursos de ciências humanas, são ainda mais doutrinados.
Enquanto isso não parar, estaremos produzindo gerações de massa de manobra.
Essa proposta de lei é completamente imbecil além de ser flagrantemente inconstitucional. A prova é que, se os professores estivessem doutrinando seus alunos, certamente o governador Beto Richa não teria sido eleito assim como essa maioria de deputados conservadores e elitistas. Se nas escolas houve alguma doutrinação, foi a favor do conservadorismo e da plutocracia existente no Paraná.
E em São Paulo que há anos a revista Veja, esse lixo editorial, é distribuída aos milhares nas escolas estaduais? Os deputados que assinam esse PL são espíritos renascidos da Idade Medieval.