A vida não aceita o se... Se tivesse feito um governo razoável teria sido reeleito
Menos de 2% dos votos deram a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva sobre Jair Messias Bolsonaro. Foi quase no par ou impar, no cara e coroa.
Bolsonaro entra para a história como o primeiro presidente, desde que a reeleição foi instituída, em 1997, que não consegue se reeleger.
Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma tentaram e se reelegeram. O ex-presidente Michel Temer, que assumiu após o impeachment de Dilma, não concorreu à reeleição.
Esta foi, com certeza, a eleição mais tensa para presidente que tivemos desde Fernando Collor de Mello.
Bolsonaro, que se elegeu presidente em 2018 aproveitando a indignação contra o PT – justa já que a bandalheira aprontada pelo Partido dos Trabalhadores e seus aliados como o PP, PL, e outros menos famosos, com denúncias de corrupção, condenações, etc – havia chegado no auge.
Teoricamente, para manter-se de bem com a população, só precisava apaziguar os ânimos e fazer um governo minimamente decente para garantir uma reeleição com tranquilidade.
Bolsonaro, no entanto, preferiu a guerra, alimentar o ódio, o desprezo. Fez tudo o que disse que não iria fazer. Acabou com a Operação Lava Jato, minou as iniciativas de combate à corrupção, aparelhou a Polícia Federal, interferiu em investigações, foi desastroso na condução do combate à pandemia, não fez qualquer reforma estruturante no País – como as necessárias reformas Administrativa e Tributária -, entregou-se de corpo e alma ao Centrão e ajudou a criar um dos maiores escândalos da República, os Orçamentos Secretos. Atacou incansavelmente as instituições. Viu as denúncias de corrupção envolvendo a ele e seus familiares sentarem no sofá da sala.
Pior, cercou-se de vários ministros malucões ou incompetentes que ajudaram em muito a imagem do governo ser jogada na sarjeta. Entre eles o ex-ministro Ricardo Salles, que foi demitido depois de denúncias de favorecimento a empresas que desmatavam a Amazônia e exportavam ilegalmente madeira; o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, flagrado em conversas onde favorecia pastores, “em nome de Bolsonaro”, que cobravam propina até em barras de ouro para liberar verbas para prefeituras; além dos mais de 50 imóveis comprados em dinheiro vivo por familiares, o que sugere, no mínimo, lavagem de dinheiro. Enfim, esses são apenas alguns casos envolvendo o presidente e a família dele.
Volto a dizer, se Bolsonaro tivesse feito um governo minimamente razoável, estaria reeleito com uma margem razoável de segurança.
Lula não terá vida fácil já que a bancada conservadora aumentou bastante no Congresso.
A torcida é que os próximos anos sejam de menos guerra e mais prosperidade.
Se Bolsonaro não tivesse mantido sua campanha eleitoral durante quatro anos com o nosso dinheiro e cometido impunemente pencas de crimes eleitorais, não teria obtido mais de 30% dos votos e teria perdido ainda no primeiro turno.
Acho que os principais erros dele foram peitar o STF e não comprar a imprensa. Em 2018 ele pegou todo mundo de surpresa, mas esse ano foram quatro anos de assassinato de reputação na imprensa e o TSE/STF jogando contra na cara dura.
Enfim, não gostei do resultado, mas democracia é isso. Lulão logo vai bolar um Mensalão 2 pra complementar o orçamento secreto e isso vai garantir o controle do congresso, e com a imprensa recebendo rios de dinheiro de patrocínio estatal, ninguém vai encher o saco dele.
Quá! Quá! Quá! Em 2018, o Bolsonaro tinha o todo poderoso Moro e toda a mídia. Em 2022 ele ficou só com a Jovem Pan e o Moro, que anda mais sujo politicamente que pau de galinheiro. Quá! Quá! Quá! Se o Bozo não tivesse a chave do cofre federal, ele nem teria ido pro segundo turno, aliás, ele nem teria sido candidato. Quá! Quá! Quá!
Realmente, se o Jair Bolsonaro tivesse feito um governo, sem mentiras, voltado para os mais necessitados e os seus eleitores não menosprezassem tanto os eleitores lulistas, pois nem o adesivo do Lula poderiam usar nos carros, considerando que até a bandeira brasileira herdaram para si o resultado da eleição seria outro. Essa foi a eleição dos menosprezados e odiados, mostrando que a classe rejeitada do país é que elege o presidente da República.