Bolsonaristas incendeiam ônibus, depredam veículos e tentam invadir delegacia da Polícia Federal
Atos ocorreram na noite de segunda-feira (12); grupo também tentou invadir a sede da PF, e botijões de gás foram espalhados pelo Distrito Federal; nesta terça, transporte público teve atrasos e Esplanada dos Ministérios e Praça dos Três poderes seguem fechadas.
Por Iana Caramori, g1 DF
13/12/2022 06h32 Atualizado há 2 minutos
O Corpo de Bombeiros afirma que oito carros e cinco ônibus foram queimados durante os atos de vandalismo deflagrados pelos bolsonaristas no centro de Brasília, na noite desta segunda-feira (12).
Desse total, quatro ônibus e sete carros foram totalmente queimados e o restante, parcialmente. Além disso, uma pessoa de 67 anos precisou de atendimento médico após inalar gás lacrimogêneo.
Botijões são encontrados em diversos pontos das ruas onde ocorreram os atos de vandalismo em Brasília
Ato em Brasília
Os bolsonaristas tentaram invadir o prédio da Polícia Federal e quebraram vidros da 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte. Policiais militares entraram em confronto com os bolsonaristas e botijões de gás também foram encontrados.
Na manhã desta terça-feira (13), a Esplanada dos Ministérios amanheceu fechada para o trânsito de veículos. Também há bloqueios na Praça dos Três Poderes e nas proximidades do Setor Hoteleiro Norte e da sede da Polícia Federal.
Por medida de segurança, após quatro veículos serem incendiados, os ônibus tiveram atraso de cerca de uma hora para sair da garagem, afirmaram as empresas Marechal, São José e Pioneira. Usuários enfrentam paradas lotadas e demora na chegada dos ônibus. Não há informação de a quais empresas pertenciam os coletivos atacados.
Entenda abaixo o que aconteceu
- Os atos de vandalismo começaram na frente da Polícia Federal, na Asa Norte, por volta de 19h30, após o cumprimento de um mandado de prisão temporária contra o indígena José Acácio Tserere Xavante, apoiador de Bolsonaro;
- A prisão do indígena aconteceu por determinação do STF e atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República;
- A PGR e o STF afirmam que o Tserere é investigado por participar de atos antidemocráticos e reunir pessoas para cometer crimes; a PF diz que o preso está acompanhado de advogados e que as formalidades relativas à prisão “estão sendo adotadas nos termos da lei”.
- Após a prisão de Tserere, um grupo de radicais tentou invadir um prédio da PF e incendiou carros;
- Parte do grupo seguiu pela Asa Norte, onde realizou novos atos de vandalismo. Pelo menos um ônibus foi incendiado; botijões de gás foram espalhados em ruas da cidade;
- A Polícia Militar foi chamada e reagiu com bombas de gás e balas de borracha. Houve confronto com os radicais;
- A Secretaria de Segurança Pública do DF afirmou que precisou restringir o trânsito na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e em outras vias da região central;
- O secretário de Segurança, Júlio Danilo Souza Ferreira, afirmou que os participantes dos atos de vandalismo serão responsabilizados: “A partir de agora, temos imagens, filmagens, temos como identificar”. Ele não soube dizer se houve prisões.
- A região do hotel onde o presidente eleito, Lula, está hospedado teve a vigilância reforçada por equipes da PM.
- O governador Ibaneis Rocha (MDB) disse: “Por enquanto estamos agindo com as forças policiais. Todas as nossas forças policiais (…) estão nas ruas”.
- Ao blog da Andréia Sadi, o senador Flávio Dino (PSB-MA), futuro ministro da Justiça, afirmou que o “governo federal segue omisso diante dessa situação grave absurda”.
- Às 23h08, mais de duas horas depois do início dos atos, o ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, escreveu em uma rede social que o Ministério da Justiça, por meio da Polícia Federal, “manteve estreito contato” com a Secretaria de Segurança do DF e com o governo do DF “a fim de conter a violência e restabelecer a ordem”. Ele disse que “tudo será apurado e esclarecido” e que a situação está se normalizando”.
- O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), classificou de “absurdos” os atos de vandalismo, “feitos por uma minoria raivosa”. Veja a repercussão política.
Violência nos atos ilegais
Outros casos recentes mostram a escalada da violência dos atos antidemocráticos em diversos pontos do país.
- Tocantins
Agentes da Polícia Civil foram hostilizados por bolsonaristas acampados em frente ao 22º Batalhão de Infantaria do Exército, em Palmas, ao averiguar a presença de crianças e adolescentes no local.
- Rondônia
A tubulação de bairros da cidade de Ariquemes foi arrebentada por supostos manifestantes, e a população ficou sem água tratada. Além disso, uma mulher contou em um vídeo não ter chegado a tempo de ver a mãe doente ainda com vida por ter sido barrada em um bloqueio ilegal.
- São Paulo
Dois trechos da Rodovia Anhanguera, em Campinas, foram bloqueados por bolsonaristas que danificaram caminhões na madrugada de quarta-feira (23). Além disso, um servidor do IBGE foi espancado por bolsonaristas em Amparo ao tentar fugir de protesto.
- Paraíba
Uma mulher foi agredida por bolsonaristas e presa pela PM por embriaguez, mesmo sem fazer teste.
- Mato Grosso
Um pai implorou para que bolsonaristas o deixassem passar com o filho, que faria uma cirurgia, e disse que o grupo usava facões. Em outro caso, um grupo de estudantes foi impedido de passar de ônibus e caminhou mais de 5 km para fazer o Enem.
Ainda no estado, dois suspeitos foram presos por atos análogos a terrorismo e por porte ilegal de armas ao tentar incendiar caminhão em Sinop. Um homem também foi agredido por participantes de um bloqueio.
- Pará
No Pará, a Polícia Federal prendeu seis suspeitos de atos golpistas e ataque à Polícia Rodoviária Federal.
- Santa Catarina
A Polícia Rodoviária Federal apreendeu bombas, miguelitos e comparou bolsonaristas a black blocks. Em outro caso, um vídeo mostra um grupo de bolsonaristas agredindo uma mulher após derrota nas urnas. Ainda em SC, policiais rodoviários levaram golpes de barras de ferro em um bloqueio bolsonarista.
- Paraná
Um caminhoneiro foi agredido ao tentar furar um bloqueio em rodovia.
- Acre
Rio Branco enfrentou redução da frota de ônibus por causa do desabastecimento de combustível, além de sofrer com falta de cimento e alimentos perecíveis por conta de bloqueios em Rondônia.
Carro é incendiado em frente à posto de gasolina na noite desta segunda-feira (12), em Brasília. — Foto: Adriano Machado/Reuters
Pessoas do PT infiltradas para detonar patriotas.
De onde você tirou essa tolice? Os fascistas sempre agem assim: acusam os outros do que elas próprias fazem. E, nesse caso, acusam sem provas. O pastor Serere Xavante, que foi preso pela PF, fazia discursos na frente do quartel de Brasília defendendo guerra civil para impedir a posse de Lula. Pra quem aplaude defensor de guerra civil, botar fogo em carros e ônibus é coisa à toa.
O pessoal ateando fogo em ônibus e gritando “FORA BOLSONARO”. Não sou eu que estou subjetivando, é o que esta no vídeo gravado e amplamente divulgado na net.
Certeza que são bolsonaristas, indiscutível, juro pela alma do Lula que são bolsonaristas fanáticos orquestrados pela CIA para derrubar o futuro governo compromissado em extinguir a corrupção no Brasil.
Mais um bolsonarista vendendo a versão Jovem Pan dos atentados de Brasília. Alias, o repórter da Jovem Pan diz que a frase ouvida era “FORA JAIR BOLSONARO”. Só faltou falar Messias! Essa versão “fui pego pelado com o Ricardão” é bastante semelhante à versão dada pelos milicos ao atentado do Riocentro. Quem quiser mais detalhes, tá tudo na rede. O Riocentro, RJ, estava lotado de trabalhadores, quarenta anos atrás, comemorando o seu dia. Lá fora ouviu-se uma explosão. Os milicos correram dizer que eram esquerdistas fazendo um atentado para culpar a direita. A versão não colou: a bomba tinha explodido no colo de um militar do Exército Brasileiro. Esses neofascistas arrumaram em meia hora a desculpa para o terrorismo que assolou a noite de ontem em Brasília. Nem tiveram a cara de pau de pedir investigação dos acontecimentos.
Depois dos black blocs, o bolsonarismo criou os yellow blocs. Só que numa versão bem mais violenta.
O pastor evangélico Sereere Xavante, na manifestação bolsonarista: “Houve fraudes, nós exigimos a anulação dessa eleição ou vai acontecer uma guerra civil. Vamos detonar esse povo bandido do STF”.
O pastor evangélico Serere Xavante, devidamente engaiolado na PF: “Eu quero pedir para que os senhores (bolsonaristas, obviamente) não venham fazer conflito, briga ou confronto com a autoridade policial e venham viver em paz”.
Botem os líderes e os financiadores das manifestações golpistas atrás da grades e eles vão ficar pianinhos.
Quá! Quá! Quá!
Aham, 40 dias de manifestações pacíficas, fora o fato de que nunca aconteceu nada remotamente parecido em todas as motociatas e manifestações à favor do Bolsonaro, chega no dia da diplomação do Mafioso e, de repente, os tais “bolsonaristas” começam a se comportar exatamente como os Black Blocs do PT.
False flag óbvio. E não vai ser difícil constatar isso: se os petistas, que adoram fazer cancelamento na internet e coisas parecidas, não começarem a postar fotos dos envolvidos e a investigação não der em nada (ou mesmo não houver investigação), ficará evidente que foi uma ação dos próprios petistas.
Mais um bolsonarista tentando vender a versão Jovem Pan para os atos terroristas ocorridos em Brasília. Por essa versão, os terroristas eram petistas. Só que não há uma única prova de que eram petistas. Ao contrário, existe uma bolsonarista dando uma entrevista afirmando que a turma da arruaça não é de infiltrados, é “gente nossa”. Em resumo, sr. Anubian, os bolsonaristas são tão conhecidos por fazerem acusações sem provas – ou mesmo, sem qualquer lógica – que essa versão de que os terroristas de Brasília não são bolsonaristas já virou piada na internet. Para quem não conhece história, cabe perfeitamente a crença de que movimentos fascistas são pacíficos. Nunca foram, nunca são, nunca serão.