O caso das joias das 1001 noites de Michele, Bozo ou da União? Último ato, a defesa do indefensável

Por Walace So

Buenas Pequena Londres, aí do lado da beira do Lago Igapó, para cá do lado da beira do Rio Madeira em terras da Amazônia, sigo tocando em frente, um Pé Vermelho agora beiradeiro.
A Receita Federal cumpriu seu papel, apesar de servidores públicos terem sido execrados durante os últimos quatro anos pelo ex-ministro Ipiranga e o ex-presidente piloto de jet-ski, junto com tudo que é relacionado ao serviço público. Ou na famosa frase de um personagem de Chico Anysio “eu quero que pobre se exploda”. Não permitiu que almirantes, ordenanças e outros “aspones” retirassem os presentes das Arábias da alfândega sem o devido esclarecimento a quem pertencia. Afinal, uma das três caixas tem o valor estimado de 16 milhões de reais, ou três tríplex da lava-jato se ficar mais fácil para comparar.
E além de filmadas todas tentativas de recuperar o presente “personalíssimo”, foram apresentadas várias provas da incompetência do trato dos procedimentos legais que deveriam ser feitos para declarar um bem pessoal e pagar seu imposto ou de declarar a coisa pública ao patrimônio da União. Mais que convicção nessa hora (o promotor estava sem o power point), provas e evidências sobram nesse caso, num périplo durante mais de um ano, digno de Ulisses em seu retorno a Ítaca. Porém, não venceram o Leão.
No final sobraram versões desconexas, descabidas e bizarras, e como todo bom mentiroso, era uma atrás da outra, lembrando Rolando Lero da Escolinha do Professor Raimundo. O triste é que o personagem em questão, jamais enganou ninguém e desde o início foi sincero, pois afirmava que não sabia ser presidente. Também, não soube ser soldado ou político, mas tem aposentadoria dos três.
O triste, é que ele é o retrato de Justo Veríssimo, o político que não gostava de pobre e da política. Que, aliás, se servia dela para seu benefício próprio e nada mais. Arauto do combate à corrupção, porém tudo indica, e não é “convicção”, fazia vista grossa para “corruptocracia”. E com uma fome para transformar tudo que era público em privado, além das joias, alguém poderia dizer o que aconteceu com os móveis desenhados por Oscar Niemeyer do Palácio do Planalto (valiosíssimos), pois sumiram!
Mas, seus defensores não acreditam mais na Polícia Federal que investiga tudo, agora ela é “comunista” e agente aparelhada do Estado. Afinal, eram só uns “presentinhos” de um ditador para um projeto de ditador, nada mais. Qual o problema de levar para casa um relógio cravejado de diamantes para casa? Por que essa balbúrdia? Por que tanto ódio e inveja de alguém que trabalhou tanto pelo Brasil? Quanta ingratidão, depois de comandar o país durante uma “gripezinha” e buscar salvar as vidas de todos. Era só um relógio, dirão seus defensores…
Para finaliza vale lembrar Elis Regina “o Brasil não conhece o Brasil”, Elis não o conhecemos.

Walace Soares de Oliveira, cientista social pela UEL/PR, mestre em educação pela UEL/PR e doutor em ciência da informação pela USP/SP, professor de sociologia do Instituto Federal de Rondônia (IFRO).

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Um comentário

  1. Zero Netto

    O ladrão continua prestigiado. Segundo o Datafolha, Bolsonaro tem apoio dos evangélicos, brancos e sulistas.

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