Eram da esquerda, agora são da direita... e segue a vida

Nada como a convicção partidária/ideológica que vemos todos os dias no Brasil.
Na janela partidária, encerrada no dia 1 de abril, pelo menos cinco parlamentares que estavam em partidos ditos de esquerda migraram para o rei do Centrão, o PL, de Jair Bolsonaro. Três deputados do PSB — Emidinho Madeira (MG), Jefferson Campos (SP) e Rosana Valle (SP) — e dois do PDT — Marlon Santos (RS) e Silvia Cristina (RO) — foram para o PL.
Aliás, o PL, comandado por Valdemar da Costa Neto, o cara que foi preso e cumpriu pena por envolvimento no Mensalão do PT, se transformou na maior bancada da Câmara, com 77 deputados sem medo de serem feliz no berço do fisiologismo.
Nunca foram de esquerda. Eram apenas quintas-colunas. Iguaizinhos os “socialistas” do PSB do Paraná que nunca foram socialistas.
O que norteia a tendência partidária dum político é o Fundo Eleitoral e as emendas partidárias. Duvido que algum deles tenha estudado, consultado, analisado estatutos, programas. Importante também ficar de bem com o orçamento secreto para, sabe, um tratorzinho prum prefeito aqui, uma ambulância para outro acolá, um ônibus escolar, prum outro. Tudo para garantir o feudo eleitoral.
Porque nunca foram realmente de esquerda, como eu com 56 anos e desde jovem de esquerda.
A janela partidária serve para duas coisas:
– demonstrar que os parlamentares não possui nenhum compromisso com o povo, com as camadas socialmente desfavorecidas, com as minorias, com a democracia e a república;
– demonstrar que os interesses pessoais se sobrepõe aos interesses coletivos.
Migram para assegurar suas conveniências políticas é a única fidelidade, o resto é pura demagogia.
São almas asquerosas.