Alvaro Dias e as várias canoas que ele frequenta
do Lauro Jardim/O Globo
Veterano do Senado, Álvaro Dias (Podemos) tenta manter os pés em três canoas enquanto navega rumo às eleições deste ano: a da Presidência, que disputou e perdeu há quatro anos; a do Senado, onde quer manter a cadeira ocupada desde 1999, e ainda a do governo do Paraná.
O apetite sobre o governo paranaense é uma tentativa do parlamentar de pressionar o governador Ratinho Jr. a apoiá-lo na reeleição ao Congresso, já que a entrada do parlamentar na disputa pelo Executivo pode embaralha um cenário que pode ser resolvido no primeiro turno, com desfecho favorável a Ratinho diante do opositor Roberto Requião (PT).
O governador precisaria incluir Dias em sua chapa, como indicado ao Senado, para não tê-lo como adversário no Paraná. Ratinho, no entanto, já vem analisando alianças nesse sentido com o deputado federal Paulo Martins (PL), indicado pelo aliado Jair Bolsonaro, e o ex-chefe da Casa Civil do Paraná, Guto Silva (PP). Dias corre por fora.
Na equipe do senador, existe a pretensão de formar um elo com seis siglas para incomodar Ratinho (e Requião) na campanha de TV. O plano, no entanto, ainda é secundário: não sobrepõe o desejo de Dias de se manter no Senado ou a possibilidade de que concorra novamente ao Palácio do Planalto. Na semana passada, ele foi o primeiro a defender internamente que a sigla aguardasse antes de incumbir o general Santos Cruz nesta missão.
Já está na hora do Paraná parar de reeleger o Álvaro Dias para o Senado.
Basta.