A hora e a vez do protagonismo da Amazônia

Coluna Pequena Londres/Walace SO* -Colunista do Portal Amazônia

Buenas Pequena Londres, aí do lado da beira do Lago Igapó para o lado de cá da beira do rio Madeira em terras da Amazônia, sigo tocando em frente, um Pé Vermelho agora Beiradeiro.

Porto Velho sediou o I Fórum de Sustentabilidade de Porto Velho em parceria com o ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, que é uma rede com mais de 2.500 governos locais comprometidos com a implantação sustentável em 130 países, durante os dias de 17 a 19 de outubro. Aqui recebemos entidades globais, locais e panamazônicas refletindo e debatendo nossos problemas do dia-a-dia. O foco além do meio-ambiente teve a reflexão da sustentabilidade de nossas cidades panamazônicas, apresentando projetos de sucesso e alternativas que possam ser compartilhadas em toda região.

Aqui se encontraram representantes de vários setores: público, privado, terceiro setor, governamentais locais e internacionais, ONU, comunidades e outros. Destacamos algumas das personalidades e órgãos representados como o Ministério das Cidades com o Ministro Jader Filho, O Ministério do Meio Ambiente pelo diretor de Maio Ambiente Urbano Maurício Guerra, o Senador Federal de Rondônia Confúcio Moura, o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves, o representante do Povo Paiter-Suruí Almir Suruí (uma das 100 maiores figuras de sustentabilidade pela revista Times), o secretário Rodrigo Perpétuo Executivo da ICLEI América do Sul, Julia Sandner Diretora do Programa de Segurança Energética e Mudanças Climáticas da América Latina (EKLA) e Fundação Konrad Adenauer (KAS), Elkin Veláskez Representante Regional do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT), Marcelo Thomé diretor do Instituto Amazônia +21 entre muitos outros nomes de relevância do tema.

Mais que debater nossa realidade, sua relação com as novas necessidades de meios produtivos da Amazônia, foi à reflexão que além do meio ambiente, precisamos refletir nossas cidades, nossa urbanização e a relação com as características da nossa região. E essa reflexão tem que partir do nosso povo, nossos pesquisadores e sua contribuição para a região e todo planeta. Nada é sem conexão, tudo está em rede, mas não na rede da web, mas sim na rede do planeta e da vida. Nossa água, nossa terra, nossa fauna e flora, estão interligadas em conexão com todo o mundo. Assim, qual é o nosso papel? Qual é a nossa responsabilidade? Qual é de fato o nosso protagonismo? Essas questões serão norteadoras para que possamos preservar e produzir como pede o século XXI e o planeta precisa e necessita.

O Prefeito Hildon Chaves na sua fala fez uma declaração ousada e verdadeira, “não precisamos derrubar mais nenhuma árvore para termos desenvolvimento, precisamos apreender e inovar nossa cadeia produtiva”. O senador Confúcio Moura observou a importância do nosso protagonismo para os novos meios de produção pela pesquisa, qualificação de nossos pesquisadores e integração entre o agronegócio e o meio ambiente caminhando juntos alinhando tecnologia e sustentabilidade. O ministro Jader Filho observou a importância de construirmos nossas cidades, integradas com nossas características regionais e as novas necessidades de urbanização com infraestruturas adequadas, cidades adequadas ao nosso clima tão peculiar. Fala que corroborou a explanação de Elkin Veláskez da ONU-HABITAT e os projetos defendidos pela entidade.

Exemplos de sustentabilidade com a floresta como a produção do café dos Paiter-Suruí que é premiado nacionalmente, modelos de sustentabilidade de turismo e preservação como o Machu Picchu no Peru foram apresentados com outros, mostrando que podemos produzir soluções e gerenciar nossas demandas. E a preservação da Amazônia é um passo fundamental para a preservação do planeta. E devemos ter o protagonismo dessas demandas integradas com o diálogo e o fomento internacional. Muito se levou da nossa terra, agora é a hora de voltar, e essa volta não é para nós, ela é para todos nós. Não vivemos isolados, tudo que acontece aqui repercute em todo planeta. Assim, bora refletir e reconstruir um mundo melhor.

Walace Soares de Oliveira, cientista social pela UEL/PR, mestre em educação pela UEL/PR e doutor em ciência da informação pela USP/SP, professor de sociologia do Instituto Federal de Rondônia (IFRO).

 

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Um comentário

  1. Bispo Ramos

    É impressionante a burrice dos agrotontos da região Centro-Oeste ao continuarem apoiando o ex-presidente que, por sua vez, defendia garimpeiros e madeireiros e sua sanha destruidora da floresta amazônica. Esses agrotontos não conseguem entender que o desmatamento da Amazônia ontem e hoje vai tirar as chuvas que irrigam suas lavouras e hidratam seus boizinhos amanhã.

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