Ouro de sangue da Amazônia 2

. Coluna Pequena Londres – Walace SO

Buenas Pequena Londres desse lado da beira do Igapó, sigo aqui do lado da beira do rio Madeira em terras da Amazônia, um Pé Vermelho agora beiradeiro.

No dia 10/06/22 com esse mesmo título refleti o assassinato de Bruno Pereira e Dom Philips, nas “terras de ninguém” que se tornou a floresta amazônica. Na verdade, a caixa de Pandora estava por se abrir, e como em toda região de fronteira o crime é a regra. Depois foi o verdadeiro genocídio imposto ao povo Yanomami, marcado pela falta de Estado e ambição que apoiam o garimpo ilegal, o desmatamento, invasões de terras e crime organizado e todos os lucrativos crimes ambientais da região.
E é relevante lembrarmos o papel do desmonte e descaso de todas as formas e órgãos de proteção, bem como do papel do Estado, que demonstra ser cúmplice ou leniente em todos os crimes da região amazônica nos últimos 4 anos. Portanto, a investigação deve existir não importa a quem atinja, se com ou sem farda e sejam comprovadas todas as denúncias que afloram nos últimos dias. No caso de uma delas ou ambas forem comprovadas só uma investigação transparente e republicana nos dirá.
Porém, ressalto que essa é a triste realidade de toda Amazônia, em especial a brasileira. Em minha pesquisa de doutorado na USP defendida em 2021, já denunciava os madeireiros ilegais, os garimpeiros, o desmatamento e tudo o que os Paiter-Suruí, todas as etnias e a floresta que sofrem em nome da ambição do “homem civilizado”. Da mesma forma como é importante essa resistência dos Paiter-Suruí em Rondônia na defesa de sua terra e cultura. Assim, convido a todos a assistirem um vídeo de 3 minutos que faço essa denúncia/reflexão e como ela é recorrente desde a campanha eleitoral de 2018.
Por favor, assistam e se coloquem no lugar dos povos originários. Não adianta ser cristão da boca para fora ou de forma seletiva, só para lembrar o slogan e referência dos reacionários “homens de bem”.
https://youtu.be/wJzY7GAu4dA
Bora refletir.
*Walace Soares de Oliveira, cientista social pela UEL/PR, mestre em educação pela UEL/PR e doutor em ciência da informação pela USP/SP, professor do Instituto Federal de Rondônia (IFRO).

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Um comentário

  1. Celso Zamoner

    Concordo plenamente com o Professor. Hoje a sociedade assiste estarrecida o espetáculo dantesco a que (des) governo anterior submeteu os povos indígenas. Esse estado de coisas, guardadas as devidas proporções, se assemelha à liberação dos campos de concentração nazistas pelos exércitos aliados, no desfecho da Segunda Guerra Mundial, em que a comunidade internacional quedou-se horrorizada com a barbárie perpetrada. Não seria desarrazoado conduzir os responsáveis às barras do Tribunal Penal Internacional.

  2. Campos

    Imagine se o genocida ficasse mais quatro anos no governo. Muitas tribos de indígenas simplesmente iriam desaparecer, mesmo com a gritaria no mundo contra a política anti-indigenista do fascitoide fujão.

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